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Descarbonização da economia. Descarbonizar… um sector de cada vez!

A evolução da tecnologia e da regulamentação tem fomentado a implantação de uma enorme quantidade de projetos de geração de energia renovável descentralizada.
6 Maio 2022, 07h55

 

Esta evolução permite às empresas reduzir os seus custos com energia e as emissões de gases com efeito de estufa.

Também a motivação para o investimento na transição energética sofreu uma evolução importante. No início deste movimento o principal objetivo era a redução de custos.  Mais recentemente as empresas focaram-se na descarbonização dos seus processos.

Por um lado, o mecanismo de taxação das emissões em vigor na Europa (EU ETS – European Union Emissions Trading System) que regula as permissões de emissão de gases com efeito de estufa penaliza a utilização menos eficiente de combustíveis fósseis.

E por outro, os consumidores informados procuram produtos produzidos de forma responsável, com menor impacto ambiental ou menor pegada de carbono.

Porquê o foco no (dióxido de) carbono e porque é preciso descarbonizar?

A utilização de combustíveis fósseis, a principal causa das emissões de (dióxido de) carbono para a atmosfera, em 2010 correspondiam a 65% das emissões globais de gases com efeito de estufa responsáveis pelo aquecimento global.

O crescimento impressionante da economia global durante a segunda metade do século XX trouxe benefícios imensuráveis à humanidade que se traduziram no aumento da esperança média de vida de 45.7 anos em 1950 para 66.3 anos no ano 2000. No mesmo período, a população mundial mais que duplicou de 2540 para 6140 mil milhões. Infelizmente, este crescimento não veio sem custos para o planeta, pois a emissão de gases com efeito de estufa devido à utilização de combustíveis fósseis aumentou mais de quatro vezes, de cerca de 1500 para 6500 milhões de toneladas de carbono por ano, excluindo outras fontes de emissão.

Entre outras causas, o desenvolvimento económico e a industrialização à escala global provocaram a subida da temperatura média da superfície da terra em um grau centígrado, face à linha de base (entre 1951 e 1980) que se mantinha no mesmo nível do período pré-industrial (entre 1850 e 1900). Por isso, sendo o dióxido de carbono o maior contribuidor para o aquecimento global, a descarbonização assume um papel essencial na sustentabilidade do planeta e da continuidade da espécie humana.

A geração renovável descentralizada.

A regulamentação em Portugal permite que uma empresa gere a sua própria energia elétrica em regime de autoconsumo, ou seja, consome localmente a eletricidade produzida sem oneração com as tarifas de acesso às redes ou outros custos (como os CIEG – Custos de Interesse Económico Geral).

A inexistência destas taxas e a competitividade da tecnologia solar fotovoltaica, tornaram esta solução na medida mais popular de descarbonização entre as empresas.

Muitas indústrias têm também necessidade energia térmica, seja para a geração de vapor seja para o aquecimento de fornos, entre muitas outras aplicações, que tradicionalmente são conseguidos com gás natural ou outros combustíveis derivados do petróleo, como o GPL, gasóleo ou fuelóleo.

Também neste domínio se pode optar pela geração de energia térmica descentralizada, por exemplo através da queima de biomassa para a geração de vapor, garantindo a segurança do fornecimento, dado que Portugal é um produtor relevante de biomassa com matéria prima endógena.

Casos de estudo: sectores da indústria têxtil e indústria química.

As empresas da indústria dos têxteis têm normalmente necessidades de vapor no seu processo de fabrico e, na grande maioria dos casos, gerado a partir de gás natural.

Num projeto recente foi avaliada a transição energética para geração de vapor através de biomassa numa empresa de média dimensão com um consumo anual de gás natural de cerca de 30GWh.

Esta transição tornou possível obter uma redução de custos operacionais de 15% que representam uma poupança superior a 2 milhões de euros ao longo dos 10 anos do projeto. Adicionalmente, esta solução permite ainda obter uma redução da emissão de gases com efeito de estufa de 81%.

Já a indústria química é normalmente composta por empresas de grande dimensão, com necessidades elevadas de energia elétrica e térmica.

Foi analisada uma empresa deste sector com diversas linhas de produção paralelas e necessidades dinâmicas de vapor, que representavam um consumo anual de gás da ordem dos 500 GWh e de eletricidade de 40 GWh.

Neste projeto foram introduzidas duas soluções: uma central solar fotovoltaica e um conjunto de geradores de vapor a biomassa, num investimento total da ordem dos 15M€. Este investimento permite obter poupanças de custos operacionais na ordem dos 40% face à situação atual e uma redução das emissões de dióxido de carbono em mais de 90%.

O mercado de fornecimento de energia descentralizada está bastante maduro em Portugal e, em ambos os casos, as empresas podem implantar estes projetos sem custos adicionais, pois existem fornecedores com modelos de negócio cujo investimento é suportado pelas poupanças geradas.

Embora a descarbonização da Europa seja percebida como longínqua e onerosa, a opção por projetos de energia descentralizada está ao alcance das empresas nacionais e permite reduzir drasticamente o impacto ambiental dos seus negócios no curto prazo.

E devido à localização geográfica, Portugal tem condições excecionais de aproveitamento das energias endógenas a partir do sol, do vento e da biomassa, para que as empresas se tornem mais competitivas e possam atrair talento de maior valor.

Na Helexia Portugal acreditamos na transição energética como uma oportunidade para o desenvolvimento sustentável. Através do binómio Economia e Ecologia, é possível a criação de valor para as empresas e em paralelo contribuir para a descarbonização do planeta.

 

 

 

 

 

 

 

 

Pedro Antão Alves

Diretor comercial da Helexia

pedro.alves@helexia.eu 

 

 

 

Este conteúdo patrocinado foi produzido em colaboração com a Helexia.

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