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Desde que Nixon era presidente que os bancos centrais não compram tanto ouro

Aumento da incerteza política e económica tem levado os bancos centrais a comprarem ouro, numa estratégia de diversificação dos ativos. A Rússia foi o país que mais ouro comprou em 2018 e Portugal é 12º país com mais ouro, se não se tiver em consideração a Zona Euro.
11 Fevereiro 2019, 17h19

Em 2018, assistiu-se a uma nova corrida ao ouro. Segundo os dados da World Gold Council (WGC), uma organização que estuda e analisa a indústria do ouro, no relatório sobre as tendências da indústria do ouro do ano passado, publicado no último dia de janeiro, os bancos centrais de todo o mundo compraram, no total, 651,5 toneladas deste metal precioso, isto é, 74% mais do que em 2017.

Olhando para os dados históricos do relatório da WGC, desde que o presidente norte-americano, Richard Nixon, suspendeu a conversão do dólar em ouro, em 1971, os bancos centrais não compravam tanto ouro. A WGC estima ainda que os bancos centrais de todo o mundo têm, atualmente, os cofres cheios e a luzir a dourado, com 34 mil toneladas deste material precioso.

Esta corrida ao ouro do século XXI deve-se ao aumento da “incerteza geopolítica e económica ao longo do ano”, levando os bancos centrais a “diversificarem as suas reservas e a recentrarem as atenções no investimento em ativos líquidos e seguros”, explicou a WGC.

Entre os bancos centrais que mais ouro compraram em 2018 – leia-se, governos ou países -, a Rússia de Vladimir Putin ocupa o primeiro lugar da lista. Inserida numa estratégia de “des-dolarização”, isto é, vender obrigações do tesouro norte-americano, o Banco Central da Federação Russa comprou 42% de todo o ouro comprado pelos bancos centrais mundiais, em 2018, aumentando as suas reservas de ouro em 274,3 toneladas. “As reservas de ouro da Rússia estão a aumentar há 13 anos consecutivos”, diz o relatório da WCG. No total, o Banco Central da Rússia tinha 2.113 toneladas de ouro no final do ano passado.

Segundo a Bloomberg, citando dados da consultora Metals Focus, os bancos centrais deverão comprar mais 600 toneladas de ouro em 2019. “As compras, que vão ajudar os bancos a diversificar os ativos cambiais num momento de volatilidade política extraordinária, demonstram que o valor do metal vai aumentar”, lê-se na publicação.

Esta tendência compradora dos bancos centrais contrasta com o comportamento de há uma década, altura em que os bancos não eram compradores de ouro.

Esta segunda-feira, uma onça está a valer 1304,7 dólares.

Portugal entre os países com mais reservas de ouro 

Segundo os dados da WGC, publicados pela Trading Economics, Portugal acabou o ano de 2018 com 382,5 toneladas de ouro, fazendo do nosso país, sem contar com a Zona Euro, o décimo-segundo país mais rico em ouro do mundo. Confira a lista abaixo com os 20 países com mais ouro no final de 2018 ou, em alternativa, clique aqui.

  1. Estados Unidos da América, 8133.46 toneladas
  2. Alemanha 3369.70 toneladas
  3. Itália 2451.80 toneladas
  4. França 2436.00 toneladas
  5. Rússia 2066.20 toneladas
  6. China 1842.60 toneladas
  7. Suíça 1040.00 toneladas
  8. Japão 765.20 toneladas
  9. Holanda 612.50 toneladas
  10. Índia 592.00 toneladas
  11. Zona Euro 504.77 toneladas
  12. Taiwan 423.60 toneladas
  13. Portugal 382.50 toneladas
  14. Cazaquistão 345.40 toneladas
  15. Arábia Saudita 323.10 toneladas
  16. Reino Unido 310.30 toneladas
  17. Líbano 286.80 toneladas
  18. Espanha 281.60 toneladas
  19. Áustria 280.00 toneladas
  20. Turquia 253.10 toneladas
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