Desenvolvimento de Energia da CPLP debate-se em Cascais no final de junho

A Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) e o Governo português anunciaram hoje a realização da primeira Conferência para o Desenvolvimento de Energia da CPLP, em junho, em Portugal, para colocar a organização “no mapa da energia mundial”. A decorrer de 23 a 25 de junho, em Cascais, o encontro vai juntar cerca de […]

A Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) e o Governo português anunciaram hoje a realização da primeira Conferência para o Desenvolvimento de Energia da CPLP, em junho, em Portugal, para colocar a organização “no mapa da energia mundial”.

A decorrer de 23 a 25 de junho, em Cascais, o encontro vai juntar cerca de 500 pessoas e pretende tornar-se num dos maiores palcos de debate sobre as soluções energéticas adequadas às diferentes necessidades de cada um dos nove Estados membros da CPLP.

“Pretende-se assim colocar a CPLP no mapa da energia mundial enquanto plataforma intercontinental de concertação política e diplomática, cooperação, negócios, ciência e investigação nas múltiplas dimensões de energia. E queremos fazer tudo isso em língua portuguesa”, resumiu o secretário executivo da organização, Murade Murargy, no lançamento do evento, na sede da organização.

A Conferência contará com a participação dos ministros responsáveis pelo pelouro de Energia na CPLP, académicos, especialistas e empresários do setor.

Em 2009, a CPLP contribuiu com até 2,8% da produção mundial da energia primária (fóssil e renovável), e este ano, a comunidade deverá posicionar-se como o sétimo maior produtor do mundo de hidrocarbonetos, devendo em 2025 ocupar a quarta posição, segundo previsões da organização.

O ministro do Ambiente, Ordenamento do Território e Energia de Portugal, Jorge Moreira da Silva, considerou o evento uma oportunidade “para que a CPLP possa assumir centralidade no contexto do diálogo internacional na área da energia” e para que Portugal se posicione como “transportador de energias renováveis para o centro da Europa”.

Jorge Moreira da Silva pretende que a União Europeia possa “substituir alguma da sua dependência energética do gás da Rússia por outras rotas e fontes de abastecimento”, nomeadamente os recursos existentes na CPLP.

“Neste sentido, esta é uma oportunidade para vários países da CPLP, a partir do momento em que Portugal tem defendido que outros terminais da Península Ibérica possam posicionar-se como porta alternativa de entrada de gás na União Europeia”, afirmou.

O diretor da Cooperação da CPLP, Manuel Lapão, também considerou que a Conferência poderá ajudar Portugal a “potenciar para o exterior” as reservas comprovadas no espaço lusófono, “gerando negócio, dinamismo do ponto de vista político e da cooperação com outros parceiros que olham atentamente para a comunidade” de língua portuguesa.

O presidente da Câmara de Cascais, Carlos Carreiras, considerou que “a energia é um tema central da ordem internacional” e defendeu, por isso, um debate para a constituição do consórcio petrolífero da CPLP.

“Temos todas as condições para que o Porto de Sines, por exemplo, possa ser a porta de entrada das exportações de todos os nossos países da CPLP. A CPLP tem todas as condições para fazer o seu próprio caminho, um caminho independente, próprio de quem é um dos mais prósperos e diversificados espaços energéticos do mundo”, referiu.

O presidente da Confederação Empresarial da CPLP, Salimo Abdula, disse que, através dos recursos existentes na CPLP, os empresários esperam que “possam ser alcançados resultados objetivos que se traduzam na criação de postos de emprego sustentáveis e duradouros para os países menos desenvolvidos que tantas lacunas têm ainda em 2015 o nível de fornecimento de energia”.

No evento de Cascais vai ser lançado um livro sobre a energia na CPLP, que resulta de entrevistas aos protagonistas do setor, e um portal eletrónico sobre a dimensão energética da comunidade dos países de língua portuguesa.

OJE/Lusa

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