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“Desfecho inevitável”, diz BE sobre desistência de Sérgio Figueiredo de trabalhar para Medina

Para o BE, a desistência de Sérgio Figueiredo revela “como é possível travar os caprichos da maioria absoluta com a mobilização da opinião pública”.
17 Agosto 2022, 12h52

O presidente do grupo parlamentar do Bloco de Esquerda (BE), Pedro Filipe Soares disse hoje que o recuo de Sérgio Figueiredo foi um “desfecho inevitável”.

“O desfecho inevitável. Mostra como é possível travar os caprichos da maioria absoluta com a mobilização da opinião pública. Mas não absolve Medina de um processo reprovável, nem António Costa de uma desresponsabilização inaceitável”, escreveu Pedro Filipe Soares no Twitter.

Numa crónica onde anuncia que desiste do cargo de assessor de Fernando Medina, Sérgio Figueiredo diz que foi “atingido pela manada em fúria, ferido por um linchamento público e impiedoso” e que “ficou insuportável tanta agressividade e tamanha afronta, tantos insultos e insinuações”.

Relativamente à remuneração que ia auferir, um dos temas mais comentados da contratação visto que o antigo diretor de informação ia receber mais do que Medina, à comparação, Sérgio Figueiredo referiu que iria ganhar menos do que já ganhou no setor privado ou do que o ministro, uma vez que não teria direito a despesas de representação nem subsídios.

Quanto às acusações de troca de favores com Medina, Sérgio Figueiredo considerou que “o raciocínio é tão primário como insultuoso”. De recordar que no passado, quando era diretor de informação da TVI, Sérgio Figueiredo contratou Fernando Medina para ser comentador no canal.

Além de Pedro Filipe Soares, também Medina pronunciou-se sobre a desistência do antigo jornalista. “Lamento profundamente a decisão anunciada por Sérgio Figueiredo, mas compreendo muito bem as razões que a motivaram. Considero que a melhoria da qualidade da decisão através do contacto regular e informado com os principais agentes económicos e sociais do país é uma necessidade específica do Ministério das Finanças, que acrescenta às avaliações já desenvolvidas por outros organismos públicos”, disse hoje Fernando Medina em comunicado.

A 8 de agosto foi avançado que pelo “Público” que Sérgio Figueiredo iria trabalhar para o ministro das Finanças, por ajuste direto, durante dois anos. No dia seguinte choveram as críticas à contratação. O PSD acusou o Governo de promiscuidade, o Chega pediu a presença de Medina no parlamento para esclarecimentos e a IL considerou a contratação “mais um exemplo do PS a governar em outsourcing”. À esquerda, o BE disse que a contratação era “criticável em vários aspetos”.

 

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