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Desperdício alimentar, um desafio de hoje para um melhor amanhã

As empresas em geral, e as da área do retalho alimentar em particular, têm uma responsabilidade acrescida, quer na sua atividade diária, quer influenciando positivamente a sociedade na adoção de práticas mais sustentáveis.
13 Novembro 2020, 08h55

A crescente preocupação com a sustentabilidade do planeta leva-nos a reconhecer o impacto do desperdício de alimentos como um problema urgente e que carece de ação imediata. Os números são alarmantes e merecem a nossa atenção.

Estima-se que na União Europeia 89 milhões de toneladas de alimentos adequados para consumo humano sejam perdidos ou desperdiçados por ano, sendo as famílias responsáveis por 53,6% desse valor, o equivalente a 47 milhões de toneladas de comida.

Em Portugal, calcula-se que, em média, cada português deite 100 kg de alimentos para o lixo por ano, na maioria das vezes por desconhecimento do que fazer com as sobras, de como interpretar os prazos de validade ou de como conservar alimentos. Por outro lado, os alimentos desaproveitados também são responsáveis por uma parte significativa das emissões de gases de efeito de estufa, dados que se revelam alarmantes.

Por tudo isto, combater o desperdício alimentar é um desafio à escala mundial, no qual todos temos um importante papel a desempenhar, de modo a não comprometer o futuro das próximas gerações. As empresas, particularmente na área do retalho alimentar, têm uma responsabilidade acrescida. Não só combatendo o desperdício alimentar na sua atividade diária, como também procurando influenciar positivamente a sociedade para práticas mais sustentáveis.

No Pingo Doce, fomos o primeiro retalhista alimentar em Portugal a calcular, a verificar de forma independente e a divulgar publicamente a nossa pegada de desperdício alimentar. Ao ser realizada esta análise, o Grupo Jerónimo Martins é confrontado com dados concretos, adotando medidas específicas para mitigar este problema.

Para o Pingo Doce este é um compromisso sério do qual nos orgulhamos do trabalho que temos vindo a fazer ao longo dos anos, através de diversas ações. Só em 2019, conseguimos evitar o desperdício de cerca de 10.700 toneladas de alimentos, através de iniciativas como a doação de alimentos a instituições de solidariedade social (equivalentes a mais de 5.800 toneladas); a utilização de legumes considerados “feios”, ou seja com tamanhos, cor ou forma não padronizados, mas em perfeitas condições de consumo, em sopas e produtos de 4.ª gama (mais de 3.700 toneladas), e a venda com desconto de produtos em final de validade (que evitou o desperdício de 1.100 toneladas de alimentos).

Se é um facto que a cozinha e a comida fazem parte da cultura portuguesa, também tem de ser uma realidade o melhor aproveitamento dos alimentos e uma maior sensibilidade para o problema que é o desperdício alimentar. E evitar o desperdício é, aliás, um dos princípios da Dieta Mediterrânica, que o Pingo Doce tem promovido e que é considerada uma das mais saudáveis do mundo.

Por considerarmos que o tema do combate ao desperdício alimentar é crucial, e com o intuito de apoiar as famílias na sua economia doméstica, o Pingo Doce lançou recentemente uma campanha totalmente dedicada ao combate ao desperdício alimentar, onde se inclui o livro de receitas “Desperdício Alimentar Zero À Mesa com o Pingo Doce”, esperando despertar nos portugueses um estilo de vida mais sustentável.

Se todos fizermos o nosso papel e ponderarmos o que podemos aproveitar e reutilizar, seremos uma comunidade com uma voz ativa no combate ao desperdício. Esta luta deve e tem de ser de todos. Os pequenos gestos podem ter impacto, e hoje, mais do que nunca, devemos reforçar o nosso compromisso com esta causa, pelas gerações futuras.

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