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Destruição da natureza é tão ameaçadora quanto crise climática, alerta Comissão Europeia

O vice-presidente da CE aponta que estamos a matar espécies “a um ritmo sem precedentes”, algo que afetará a nossa sobrevivência no planeta.
21 Julho 2022, 17h00

A crise causada pelo homem que engole o mundo natural é “tão ameaçadora, talvez até mais” do que a crise climática, alertou o vice-presidente da Comissão Europeia, Frans Timmermans, ao “The Guardian”.

“Estamos a matar espécies a um ritmo sem precedentes. E matar essas espécies tornará a nossa sobrevivência menos provável. Se conseguirmos colocar esse conceito na mente das pessoas de forma mais ampla, tenho certeza de que os políticos terão que reagir ao pedido das pessoas: ‘Bem, consertem isto antes que nos mante’”, disse Timmermans.

O alto funcionário da UE tem esperança de “que possamos aumentar o senso de urgência” sobre a destruição do ambiente natural, onde a situação é “realmente muito, muito assustadora”. Timmermans citou a ameaça de perder um milhão de espécies — um número que surge num relatório histórico do principal órgão de biodiversidade da ONU em 2019 — como forma de explicar a gravidade do problema.

Enquanto os negociadores se preparam para a cimeira da biodiversidade da ONU (Cop15) em Montreal em dezembro, ativistas dizem que os esforços para proteger o mundo natural estão em crise devido à falta de envolvimento dos governos.

Timmermans, que supervisiona a política da UE sobre proteção da natureza, disse que o organizador da cimeira, a China, “tem uma agenda ambiciosa em Montreal”. A cimeira será realizada perto da sede da biodiversidade da ONU em Quebec, e não no local original em Kunming, devido a preocupações com a política de zero-Covid da China.

O vice-presidente da Comissão Europeia também falou sobre o risco de “conflito e conflito” relativamente aos altos preços da energia. De acordo com Timmermans, é necessária mais conscientização pública sobre os riscos da perda de biodiversidade.

“O público tem uma noção muito forte da crise climática e isso está a impulsionar a política — certamente na UE, mas provavelmente globalmente também. É tão evidente, a crise climática, que é inevitável que ela precise ser abordada por líderes políticos. A crise da biodiversidade não é tão evidente para muitos dos nossos cidadãos”, destacou.

Timmermans demonstrou-se ainda otimista de que a biodiversidade em breve receberia tanta importância quanto a crise climática. “Espero que possamos chegar a essa fase em breve. Ainda não chegamos lá”.

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