O ministro dos Negócios Estrangeiros português afirmou esta quinta-feira que o mundo tem de estar “preparado para uma guerra mais prolongada”.
As declarações foram proferidas à margem de mais uma reunião ministerial da NATO, em Bruxelas, na qual os chefes da diplomacia dos 30 aliados se reuniram não só com o seu homólogo ucraniano, Dmytro Kuleba, como com representantes dos parceiros Finlândia, Suécia, Geórgia, bem como Austrália, Japão, Coreia do Sul e Nova Zelândia.
“Estamos a passar por uma nova fase da guerra e infelizmente não há otimismo sobre o prazo para uma eventual cessação de hostilidade, o que significa que devemos estar preparados para uma guerra mais prolongada”, considerou João Gomes Cravinho.
De acordo com o governante, Kuleba transmitiu aos aliados o ponto de situação e a “realidade no terreno, que infelizmente não é muito positivo”.
Aludindo ao massacre de civis ocorrido recentemente na cidade ucraniana de Bucha, a 30 quilómetros de Kiev, Gomes Cravinho reconheceu que é necessário “estarmos preparados para mais notícias terríveis (…)”.
“Vamos ter mais revelações de atrocidades, de violações, de crimes de guerra. Naturalmente que isso cria ainda mais dificuldades no caminho para a paz”, continuou, defendendo que “todos esses indícios devem ser investigados”.
Segundo Gomes Cravinho, ficou claro no encontro que a guerra provocada pela Rússia afeta a segurança global, a ordem e as regras internacionais.
O ministro dos Negócios Estrangeiros português sublinhou de novo, em declarações aos jornalistas, o forte sentimento de unidade entre todos os Estados-membros no apoio político, militar e económico à Ucrânia.
Reiterando o compromisso já anunciado ontem, Gomes Cravinho disse que Portugal irá corresponder ao pedido de Kuleba para o envio de mais armamento e munições: “Não temos armas pesadas que possamos fornecer, mas outros terão e coletivamente vamos apoiá-los”.
Questionado sobre as expetativas para o fim da guerra, o ministro afirmou que “a negociação nao é impossível e que a guerra acabará com a mesma”.
“Tem de haver sempre disponibilidade para uma solução diplomática. O que vemos da parte da Rússia é que essa disponibilidade não existe e, pelo contrário, uma grande indiferença em relação às leis da guerra. (…) Crimes de guerra parecem não ser um tabu para as forças russas e isto é profundamente preocupante”, disse.
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