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‘Devorado’ pelo mar, Titanic pode desaparecer em breve

Uma bactéria será a responsável pelo desaparecimento dos restos do Titanic dentro de 14 anos. A “Halomonas titanicae” está a consumir o ferro do navio naufragado a uma velocidade imprevista.
12 Julho 2017, 12h03

Quando foi descoberto – em 1985, por Robert Ballard – o naufragado Titanic encontrava-se em bom estado de conservação, tendo em conta que jazia no fundo do mar há 73 anos. As razões para tal deveram-se à sua localização: a 3,8 km de profundidade, a quase ausência de luz e a elevada pressão impediram a sua corrosão. No entanto, o estado de conservação está a mudar rapidamente, e alguns cientistas americanos acreditam que as 47 mil toneladas do navio “inafundável” podem desaparecer dentro de 14 anos, segundo noticia esta quarta-feira o Diário de Notícias.

A culpa é da Halomonas titanicae, uma bactéria que se alimenta do ferro existente no navio e que o está a consumir a um ritmo acima do previsto. Descoberta em 2010 por uma equipa de cientistas liderada por Henrietta Mann – 19 anos depois de investigadores da Universidade de Dalhousie, no Canadá, terem recolhido amostras da ferrugem que se estava a formar nos restos naufragados – esta bactéria consegue viver em condições extremas, como água completamente escura, com elevadas pressões, ou em pântanos com elevado grau de salinidade.

A Halomonas titanicae não é a única bactéria a consumir restos de navios naufragados, mas outras há que ajudam a preservar estes vestígios, razão pela qual existem embarcações naufragadas há vários séculos e em bom estado de conservação.

Em 2014, cientistas do Escritório Americano de Administração de Energia do Oceano descobriram que é o material que compõe o navio que determina o tipo de bactérias que nele se alojam. Nos navios de aço predominam bactérias que se alimentam do ferro, ao passo que nos de madeira se encontram bactérias que consomem celulose, hemicelulose e lignina.

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