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Dia Mundial da Energia: a Galp na sede do ‘inimigo’

O CEO da Galp, Carlos Gomes da Silva, passou a tarde com o CEO do CEiiA, José Rui Felizardo – o petróleo por um lado, a mobilidade elétrica por outro. Inimigos? Só para os mas distraídos.
  • Cristina Bernardo
29 Maio 2019, 16h04

No dia Mundial da Energia, que se comemora esta quarta-feira, o CEO da Galp, Carlos Gomes da Silva, esteve no CEiiA, Centro de Engenharia e Desenvolvimento de Produtos, uma espécie de casa do ‘inimigo’: a maior petrolífera do país em visita a uma das empresa do topo mundial na investigação e desenvolvimento da mobilidade elétrica.

“Inimigos? Nem por sombras”, disse Carlos Gomes da Silva ao JE, no que foi corroborado pelo CEO do CEiiA, José Rui Felizardo. As duas entidades (neste caso, a petrolífera por via da Fundação Galp) trabalham há muito em parceria para desenvolverem a mobilidade do futuro.

Um dos exemplos dessa postura era precisamente aquilo que estava perante os dois responsáveis da empresa: centenas de crianças oriundas de escolas de todo o país, que se prestaram a participar num projeto educativo através do qual trabalhos de alunos do ensino básico e secundário pretenderam evidenciar como se chega à eficiência energética. Foram 15 os trabalhos distinguidos de um universo de 150 propostos a concurso, que tanto a Galp como o CEiiA consideraram um sucesso.

Mas o que move as duas organizações é precisamente dar a entender que o mais importante na área da energia é a postura de cada um. É essa diferença que, toda junta, fará com que o planeta se mantenha – dizem os otimistas – habitável.

Carlos Gomes da Silva deu um exemplo que não é do senso comum: “se de um momento para o outro todos os carros do mundo passassem a ser elétricos, que quantidade de emissões de CO2 seriam poupadas?” As respostas, supõe-se, variam entre o muito e o bastante, mas a resposta não podia ser mais desconcertante: 3,4%. Ou seja, o que o CEO da Galp pretendia enfatizar é que a postura dos habitantes deste planeta exangue é a única salvação para aquela que é, pelo menos para já, a casa comum.

José Rui Felizardo acentuou o mesmo ponto de vista, e recordou que é precisamente entre os mais jovens que é mais necessário dar a entender a necessidade de uma postura nova em termos da utilização dos recursos energéticos.

Nos últimos dez anos, a Galp fez chegar a mais de 1,5 milhões de pessoas as suas preocupações em termos ambientais, dando-lhes por outro lado a conhecer a forma mais eficaz de tentar ainda salvar o planeta. Para isso, está, como é de supor, direcionado para as escolas: Gomes da Silva salientou que os projetos da Galp em torno do ambiente já motivaram cerca de 100 mil professores.

Entretanto, o CEiiA continua a desenvolver as suas atividades no segmento. Neste Dia Mundial da Energia, deu a conhecer que assinou com o CEPEL – Centro de Pesquisas de Energia Elétrica, do Brasil, um acordo de cooperação técnica, de pesquisa, de desenvolvimento e inovação nas áreas da energia elétrica, mobilidade elétrica, mobilidade sustentável e serviços relacionados.

A descarbonização das cidades, através da eletrificação da mobilidade, será também um dos focos da colaboração, e permitirá demonstrar e testar a Plataforma AYR no Brasil, que tem por base a quantificação, valorização e transação de emissões de carbono evitadas, recompensando comportamentos mais sustentáveis dos cidadãos.

“Face á importância do trabalho desenvolvido pelo CEPEL, na área da energia elétrica, ambas entidades irão colaborar também sistemas de supervisão e controle de redes elétricas, partilhar tecnologia e conhecimento, assim como desenvolver conjuntamente sistemas de monitorização, análise e diagnóstico de sistemas e equipamentos elétricos aplicáveis a redes elétricas e á mobilidade sustentável”, disse o CEiiA em comunicado oficial.

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