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Diário do Mundial: Entre a França de Mbappé e a Croácia de Modric quem será campeão do Mundo?

Muito aconteceu pelos relvados russos por estes dias, o que levou já muitos analistas e comentadores a considerar o Rússia’2018 um Mundial atípico.
15 Julho 2018, 15h00

As seleções de França e Croácia disputam este domingo a final da 21.ª edição do Campeonato do Mundo de futebol, em Moscovo, no Estádio Luzhniki, pelas 16h, naquela que é a 20.ª final  da prova, a nova 100% europeia. O árbitro é o argentino Néstor Pitana.

Depois de 63 partidas e um mês de competição, numa Rússia cuja organização da prova já foi elogiada pelo presidente Gianni Infantino como “o melhor Mundial de sempre”, o mundo do futebol está a muito pouco tempo de de descobrir o novo campeão do Mundo.

Muita coisa aconteceu pelos relvados russos por estes dias, o que levou já muitos analistas e comentadores a considerar o Rússia’2018 um Mundial atípico: houve lugar a surpresas, sobretudo pela chegada da Croácia à final;  houve eliminações precoces, sobretudo o insólito desempenho da seleção alemã; muitos autogolos e lances de bola parada muito importantes – quem não se lembra do potente remate de livre direto de Cristiano Ronaldo, que deu o empate frene à Espanha?

O jogo deste domingo opõe a seleção com mais vitórias neste mundial (França) à seleção mais ‘amarelada’ (Croácia). O que esperar desta final?

Para chegar à final, a equipa de Didier deschamps teve de superar o grupo C, integrado pela Dinamarc, Peru e Austrália. No ‘mata-mata’ eliminou Argentina, Uruguai e Bélgica. Nos últimos 6 jogos regista cinco vitórias e um empate.

O ataque gaulês tem marcado regularmente (uma média de 1,67 golos/por jogo). Estatisticamente, esta é uma equipa que marca muitas vezes primeiro: abriu o marcador em 13 dos seus últimos 15 jogos e desses 13 chegou ao intervalo em vantagem no marcador, sendo que em 11 conseguiu manter a vantagem até ao final do tempo regulamentar.

Nesta final frente à Croácia, a seleção gaulesa encontrará um adversário com muita qualidade individual, mas mesmo assim, antevê-se que o treinador Didier Deschamps privilegie a posse de bola e os ataques organizados: Griezmann é o grande ‘pensador’ do processo ofensivo que culmina em Kylian Mbappé – o ataque francês conta com 10 golos em seis jogos. Ainda assim, a linha defensiva é o ponto mais forte da seleção francesa (apenas 4 golos sofridos). Em dúvida para este jogo está Mendy devido a lesão.

Quanto à Croácia, a seleção liderada por Dalic superou o grupo D, que integrava Argentina, Nigéria e Islândia. No ‘mata-mata’, a equipa teve de eliminar Dinamarca, Rússia e Inglaterra. A par da França, os croatas ainda não perderam neste mundial. O ataque croata tem marcado com grande regularidade (conta já com 12 golos marcados), já que marcou sempre pelo menos um golo nos jogos do Mundial (uma média de 2 golos por jogo). Nos últimos 15 jogos, sofreu o primeiro golo 7 vezes mas conseguiu dar a volta ao resultado em 4 ocasiões.

A Croácia parte para esta final motivada depois de ter vencido no prolongamento a Inglaterra, após um empate a 1-1. É por isso que o desgaste fisico dos croatas poderá ser determinante em Moscovo: os croatas necessitaram de prolongamento e grandes penalidades nas rondas anteriores, frente à Rússia e Dinamarca.

Contra a França, o treinador Zlatko Dalic deverá alinhar o ‘onze’ em 4-3-3, favorecendo o bloco baixo e as transições rápidas para o ataque, principalmente, através do corredor esquerdo. Perisic, lateral muito ofensivo, é um jogador muito rápido no contra-ataque. Há ainda Luka Modric, que no esquema tático da equipa croata tem sido fenomenal no processo ofensivo. Um dos pontos mais fracos desta seleção está no setor defensivo, tendo sofrido golos em 4 dos 6 jogos disputados na competição.

Em Moscovo, os franceses deverão dominar e criar as melhores oportunidades para fazer golos, mas as transições da Croácia deverão criar bastante perigo. Em súmula, esta será uma final bastante interessante.

De acordo com a casa de apostas Betclic, as ‘odds’ estão do lado dos franceses, cuja vitória é prevista em 1.95 das ‘odds’. Já a vitória para a Croácia recebe 4.85 de ‘odd’.

Mas o que importa é o que se passa dentro de campo e não numa tabela estatística. Por isso olhemos para as curiosidades de um França-Croácia.

Entre uma França, sétima classificada no ranking da FIFA, e uma Croácia, vigésima classficada, há mais de uma dezena de curiosidades.

Esta final marca o sexto encontro entre franceses e croatas. Os gauleses nunca perderam para os croatas, registanto três vitórias e dois empates. A última vez que as duas seleções se encontraram foi em 2011, num amigável disputado no Stade de France, que terminou empatado a zero. E o último jogo em competições oficiais entre as duas congéneres foi no Euro 2004. Em Leiria, registou-se um empate a dois golos.

Ponto interessante: há vinte anos, quando os gauleses venceram o primeiro Mundial da sua história, tiveram de eliminar também uma surpreendente Croácia, na meia final por 2-1, com dois golos do então defesa Lillian Thuram (os únicos golos que o atleta marcou pela seleção). Mais, o atual selecionador da França, Deschamps, jogou essa meia-final frente à Croácia. Era o capitão.

A final de 2018 é a primeira para a Croácia, mas para a França é a terceira em mundias. Depois da vitória de 1998 (3-0 frente ao Brasil) e da derrota de 2006 (após grandes penalidades frente à Itália), eis que os gauleses chegam a uma nova final.

Quanto aos croatas, a derrota sofrida frente à França no Mundial 1998 foi a única sofrida pelos croatas frente a adversários europeus em Campeonatos do Mundo, em nove jogos disputados contra congéneres europeias.

Facto é: Depois dessa geração de 1998, onde se incluía Zidane, que acabou por vencer ainda o Euro 2000, há ainda o fantasma de Éder a pairar depois da última final oficial dos gauleses – neste caso a final do Euro 2016. Semelhanças com esta final, só mesmo a imprevisível finalista Croácia, tal como Portugal foi há dois anos.

Hoje, a nova fornada de talento gaulês vai tentar conquistar o segundo título mundial. Pela frente há uma Croácia com um coletivo a viver o seu segundo grande momento de aura futebolística, com um génio, Luka Modric, pronto a fazer aquilo que poucos podem sequer sonhar: conquistar, em pouco mais de um mês, os dois títulos mais importantes no desporto-rei – ‘Champions’ e Mundial.

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