Dificuldade em provar contas e acumulação de cargos de Salgado incomodavam PwC

O presidente da PricewaterhouseCoopers (PwC) Portugal, José Pereira Alves, disse hoje que a dificuldade em “fazer prova da auditoria” e a acumulação de cargos por Ricardo Salgado no grupo BES causava “desconforto” e “desgaste” na consultora. “Os três papéis de Ricardo Salgado, como CEO [presidente executivo], responsável financeiro e de contabilidade, deixavam-nos desconfortáveis”, afirmou hoje […]

O presidente da PricewaterhouseCoopers (PwC) Portugal, José Pereira Alves, disse hoje que a dificuldade em “fazer prova da auditoria” e a acumulação de cargos por Ricardo Salgado no grupo BES causava “desconforto” e “desgaste” na consultora.

“Os três papéis de Ricardo Salgado, como CEO [presidente executivo], responsável financeiro e de contabilidade, deixavam-nos desconfortáveis”, afirmou hoje José Pereira Alves, durante a intervenção inicial que proferiu na comissão parlamentar de inquérito à gestão do Banco Espírito Santo (BES) e Grupo Espírito Santo (GES), considerando que essa acumulação de responsabilidades trazia “riscos adicionais”.

José Pereira Alves salientou ainda “as dificuldades crescentes em fazer prova da auditoria” ao BES, o que levou a que “a continuidade como auditores do banco fosse posta em causa, quer pelo desgaste que foi provocado, quer pelas marcas deixadas também no relacionamento com a administração do próprio BES”.

Dessa situação, disse o presidente da PwC Portugal, resultou o acordo para a cessação das funções como auditores do Grupo BES. Assim, a consultora deixou de auditar o banco no primeiro dia de 2002.

Recordando o comunicado divulgado na altura, José Pereira Alves salientou que “não foi referido o clima de tensão entre as duas partes”, mas sim que “fazia sentido a substituição”, já que a PwC Portugal era há 10 anos auditora do Grupo BES.

O presidente da PwC sublinhou que a cessação de funções teria avançado mesmo sem acordo entre as partes, reiterando o desgaste e as dificuldades encontradas, não só para fazer prova de auditoria, mas “na obtenção de informação dentro da estrutura do próprio BES, pelo frequente encaminhamento dos pedidos de informação para Ricardo Salgado”.

A comissão de inquérito arrancou a 17 de novembro passado e tem um prazo total de 120 dias, que pode eventualmente ser alargado.

Os trabalhos dos parlamentares têm por intuito “apurar as práticas da anterior gestão do BES, o papel dos auditores externos, e as relações entre o BES e o conjunto de entidades integrantes do universo do GES, designadamente os métodos e veículos utilizados pelo BES para financiar essas entidades”.

OJE/Lusa

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