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‘Digital Worker’: o trabalhador do futuro

O trabalhador do futuro será mais independente, mais empreendedor e combinará a inteligência humana com a artificial na forma como irá reinventar a sua maneira de trabalhar.
25 Fevereiro 2019, 09h24

Há cerca de 20 anos, começava o processo de massificação de utilização da internet e do telemóvel e, hoje em dia, as nossas vidas estão totalmente dependentes destas duas invenções do Homem. Estamos mais conectados do que nunca e a facilidade com que dispomos de informação oferece-nos uma imensidão de novas possibilidades.

Estas tecnologias situam-se entre as que mais potenciaram a quarta revolução industrial, a revolução digital, que tem vindo a alterar a economia de forma global. A velocidade da onda de digitalização é exponencial, uma vez que cada evolução tecnológica que ocorre contribui para a aceleração de várias novas descobertas.

Todo este ambiente de transformação tem vindo a potenciar, ao longo da história, a proeminência dos mais aptos e mais capazes de se adaptarem.

Nesta conjuntura, os paradigmas instalados à volta do trabalho e dos trabalhadores foram quebrados. Os empregos para a vida tendem a desaparecer e o trabalhador do futuro será um digital worker, mais independente, mais empreendedor e combinará a inteligência humana com a artificial na forma como irá reinventar a sua maneira de trabalhar. No futuro, o trabalho será muito diferente de como hoje o conhecemos.

O digital worker é uma espécie de super-herói do trabalho com múltiplos poderes. Consegue comunicar por som e imagem a milhares de quilómetros de distância, analisar biliões de dados em segundos, controlar e orquestrar os dispositivos à sua volta a partir do seu telefone, materializar objetos com a sua impressora 3D, ou aprender a executar novas tarefas por si próprio e em tempo real, através de óculos de realidade aumentada.

O surgimento e ascensão do digital worker estão intimamente relacionados com a propagação da inteligência artificial e a progressiva substituição do ser humano por robôs. Substituição essa que ocorre para trabalhos repetitivos que requerem menor criatividade, capacidade de improviso ou poder estratégico de decisão. E estas mudanças potenciam novas possibilidades de negócio.

As pequenas empresas têm aqui a oportunidade para se agigantarem, enquanto as grandes empresas podem procurar novos modelos de eficiência e diversificação para manterem as suas ofertas competitivas. Cabe, então, aos gestores entenderem esta nova realidade e prepararem as suas empresas:

  • Reimaginando a empresa: promover uma nova cultura de trabalho, em que as tarefas são distribuídas por humanos e máquinas, direcionando a organização para projetos, ao invés de estruturas orgânicas estáticas;
  • Revendo os modelos de gestão: conceder uma maior autonomia e poder de decisão às pessoas, à medida que estas efetuam cada vez menos tarefas repetitivas e colaboram mais nas várias equipas de projeto;
  • Orientando a organização para novos modelos de negócio: criar equipas focadas no apoio a novas experiências de cliente; utilizando processos e formas de trabalhar mais ágeis e flexíveis e empenhando-se na aquisição de capacidades digitais, que possam potenciar os colaboradores;
  • Apostando na aquisição de novas skills: possibilitar um melhor rendimento no aproveitamento das capacidades digitais disponíveis, através da conversão dos colaboradores internos, contratação de novos perfis ou da promoção de novos modelos de colaboração, como o crowdsourcing.

No futuro próximo, os digital workers vão ditar o sucesso das empresas e do C-level aos trabalhadores, em que todos demonstram cada vez mais vontade de percorrer este processo de evolução, de modo a fazerem parte da revolução digital.

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