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Dijsselbloem sobre a polémica entrevista: “No futuro vou ter mais cuidado”

O presidente do Eurogrupo reiterou que nunca foi sua intenção ofender os países do Sul da Europa e insistiu que as suas declarações foram mal interpretadas, numa carta divulgada esta terça-feira.
  • Yves Herman / Reuters
4 Abril 2017, 13h00

Numa altura em que se encontra sob um coro de críticas do Parlamento Europeu, Jeroen Dijsselbloem dirigiu esta terça-feira uma carta a dois eurodeputados espanhóis que o haviam interpelado a 27 de março, depois de ter dito que não se pode pedir ajuda depois de se gastar todo o dinheiro em álcool e mulheres.

“Na entrevista ao Frankfurter Allgemeine Zeitung, sublinhei a importância da solidariedade e reciprocidade no seio da União Europeia. Argumentei que a moldura acordada é crucial para a confiança na zona euro, tanto no mundo exterior como entre Estados-membros. Para que haja solidariedade entre os Estados-membros, algo que prezo muito, é crucial que todos mostrem comprometimento e responsabilidade”, escreve Dijsselbloem na carta divulgada esta terça-feira, em Bruxelas.

O presidente do fórum de ministros das Finanças da zona euro aponta que, nos dias seguintes à publicação da entrevista, as suas “palavras foram ligadas à situação em países do Sul da Europa durante os anos da crise”, o que considera abusivo. Dijsselbloem escreve que “é muito infeliz que esta associação tenha sido feita, porque não foi isso que disse” e “certamente não era o que tencionava dizer”, na medida em que “a crise teve impacto nas sociedades de toda a zona euro, com grandes custos sociais, e a solidariedade foi plenamente justificada”.

“Lamentavelmente, algumas pessoas ficaram ofendidas com a forma como me expressei. A escolha das palavras é, obviamente, pessoal, tal como a forma como as mesmas são citadas. Serei ainda mais cuidadoso no futuro, pois nunca é minha intenção insultar pessoas”, assegura. Jeroen Dijsselbloem termina a sua carta afirmando que continua “totalmente comprometido” em prosseguir o trabalho com os membros do Parlamento Europeu e com “todos os cidadãos europeus” para reforçar as economias e a união monetária, reiterando assim que não tenciona demitir-se.

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