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Direita repudia alegado impedimento de perícias a carro de Eduardo Cabrita que matou trabalhador na A6

PSD, CDS-PP, Chega e Iniciativa Liberal alertam para o risco de ter havido “encobrimento político” no acidente na A6 com um veículo onde seguia o ministro Eduardo Cabrita, do qual resultou uma vítima mortal, e apontam culpas ao primeiro-ministro, António Costa. “É o verdadeiro responsável político”, atira Rui Rio.
  • Cristina Bernardo
1 Julho 2021, 15h55

O alegado impedimento de peritagem ao carro onde seguia o ministro Eduardo Cabrita e que esteve envolvido num acidente na A6, do qual resultou uma vítima mortal, está a gerar repúdio à direita. A confirmar-se a informação divulgada esta quinta-feira pelo “Correio da Manhã”, PSD, CDS-PP, Chega e Iniciativa Liberal alertam para o risco de ter havido “encobrimento político” e apontam culpas ao primeiro-ministro, António Costa.

Para o líder do PSD, Rui Rio, a notícia de que a GNR foi impedida por “ordem superior” de fazer perícias ao BMW onde seguia Eduardo Cabrita e que colidiu com um homem de 43 anos que realizava trabalhos de limpeza na berma da autoestrada que liga Palmela a Espanha é “gravíssimo” e “prova” que o carro seguia em “excesso de velocidade”. Diz ainda que isso mostra que “o verdadeiro responsável político” é António Costa.

“Se isto se confirmar é gravíssimo. Prova, na prática, que o carro vinha em excesso de velocidade. E prova, também, que o Primeiro-ministro é o verdadeiro responsável político, por insistir em manter – contra tudo e contra todos – o Ministro da Administração Interna em funções”, escreveu Rui Rio, no Twitter.

Na mesma linha, o presidente do CDS-PP, Francisco Rodrigues dos Santos, já tinha dito esta quarta-feira que Eduardo Cabrita deve “explicações ao país para que não se sinta um quase generalizado entendimento de que a impunidade continua a ser reinante neste Governo e, na altura de assumir responsabilidades, ninguém fala, remete-se ao silêncio e o ministro esconde-se da vítima, dos seus familiares e dos portugueses”.

O grupo parlamentar do CDS-PP, liderado por Telmo Correia, enviou ainda um conjunto de questões ao Governo para tentar confirmar se as obras existentes no local do acidente não estavam assinaladas e se a viatura seguia “dentro do limite de velocidade aplicável àquele troço da A6”.

Nas redes sociais, também o deputado único e presidente do Chega, André Ventura, escreveu que “se se confirmar que houve ordem superior para impedir as perícias ao veículo em que seguia Eduardo Cabrita, isto é de extrema gravidade e configura sem dúvida um caso evidente de abuso intolerável de poder”. André Ventura acrescenta ainda que “o Parlamento não pode ficar calado” em relação a este caso.

Já o Iniciativa Liberal exige perícia a carro de Eduardo Cabrita e diz que o comportamento do ministro “revela, uma vez mais, que não tem a idoneidade institucional exigível para o exercício do cargo que lhe foi confiado pelo primeiro-ministro”. E sublinha: “O conhecimento das circunstâncias em que este acidente trágico ocorreu é fundamental para apurar o tipo de proteção que a família pode reclamar”.

Sobre o alegado impedimento de perícias ao automóvel envolvido no acidente, o partido liderado por João Cotrim Figueiredo diz que “é de gravidade extrema o uso de forças de segurança do Estado para fazerem encobrimento político em detrimento de cumprirem a sua missão” e que “é a própria credibilidade do primeiro-ministro que fica irremediavelmente comprometida face à teimosia incompreensível de manter em funções quem há muito esgotou o prazo de validade política e apresenta neste caso com uma vítima mortal um comportamento indefensável”.

“É inadmissível que, num assunto desta gravidade, o ministro da Administração Interna, a quem cabe precisamente assegurar a segurança rodoviária, atue sem qualquer transparência, tendo inclusivamente a sua versão dos acontecimentos sido desmentida pela empresa concessionária e sucedendo-se as notícias que apontam para um inaceitável encobrimento dos factos que levaram ao atropelamento mortal”, refere.

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