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Dirigente europeu do partido-irmão de Merkel diz que “é preciso refletir sobre o que os portugueses sofreram”

O alemão Manfred Weber reitera o apelo já formalizado pelo partido que presidente, o Partido Popular Europeu (PPE), para que o presidente do Eurogrupo, Jeroen Dijsselbloem, se demita e peça desculpas pelo que disse sobre os países do sul da Europa.
29 Março 2017, 11h59

O presidente do grupo parlamentar Partido Popular Europeu (PPE) em Bruxelas, Manfred Weber, afirma que as recentes declarações polémicas sobre os países do sul são “inaceitáveis” e não têm em conta os sacríficios feitos por esses países, onde se incluí Portugal, para dar cumprimento ao programa de recuperação económica imposto pelo Banco Central Europeu (BCE). Manfred Weber reitera o apelo já formalizado pelo partido para que o presidente do Eurogrupo, Jeroen Dijsselbloem, se demita e peça desculpas pelo que disse.

À margem do Congresso do PPE, a decorrer em Malta, o dirigente do PPE e dirigente da CSU, partido irmão da CDU da chanceler alemã Angela Merkel na Baviera, sublinha que é “preciso refletir sobre o que o povo grego, os italianos, os espanhóis e os portugueses sofreram nos últimos anos” e que “é inaceitável que [Jeroen] Dijsselbloem os ataque [aos países do sul] como quem diz que eles não estão prontos para fazer qualquer tipo de reforma”.

Num vídeo distruibuído aos jornalistas pela assessoria do grupo parlamentar europeu, Manfred Weber faz questão de “sublinhar que ele [Jeroen Dijsselbloem] é um socialista, e que até para os socialistas, as suas declarações são inaceitáveis”.

Em carta apresentada esta terça-feira a Bruxelas, o PPE pediu formalmente a demissão do presidente do Eurogrupo, na sequência do que disse sobre em entrevista a um jornal alemão. Jeroen Dijsselbloem terá dito que, durante a crise do euro, “os países do norte da Europa mostraram-se solidários com os países afetados pela crise”, advertindo, no entanto, de forma polémica, que os países do sul da União Europeia “não podem gastar o dinheiro em copos e mulheres e logo depois pedir ajuda”.

Manfred Weber reitera que a “Europa tem que ficar unida” e estes comentários de índole ofensiva e discriminatória não representa o sentimento de integração e coesão do projeto europeu pelo que “é hora de se demitir”.

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