O mercado de obrigações verdes deverá beneficiar significativamente do programa de recuperação económica europeia e da tomada de posição do Banco Central Europeu (BCE) na promoção dos objetivos de sustentabilidade de médio e longo prazo da UE, consideraram esta terça-feira os analistas da AllianzGI na sua apresentação “2021: The year of reckoning for Corporate Bonds? Credit Markets Outlook for Investment Grade, High Yield and Green Bonds”.
O mercado verde, composto por títulos obrigacionistas indexados a objetivos de sustentabilidade social, ambiental e de governança, tem vindo a crescer na última década, dadas as preocupações de investidores, sobretudo europeus, com o impacto dos seus investimentos. E a tendência deverá manter-se, especialmente dadas as diretrizes do programa de recuperação económica europeia.
Para Julien Bras, o gestor de dívida verde da AllianzGI, o mercado será impulsionado pela necessidade de financiar projetos europeus de transição energética, por exemplo, um dos objetivos enunciados pela Comissão Europeia para a reabilitação da economia do bloco económico.
Por outro lado, o reconhecimento do BCE de que estes objetivos terão de ser incluídos na sua operação será outro choque positivo a este mercado. Adicionalmente, a legislação esperada ao nível europeu também lhe deverá “dar tração”, como afiança Julien Bras.
Outro motor do crescimento deste tipo de títulos será a vontade de diversificação dos investidores. Dada a menor ponderação no mercado verde de títulos soberanos, este tem exibido retornos maiores no último ano, o que tem animado a procura face ao ambiente generalizado de baixas taxas de juro.
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