[weglot_switcher]

Do “esforçozinho” da banca ao ataque à classe média. Certificados de Aforro provocam reações políticas

De Belém ao PSD passando pela Iniciativa Liberal e PCP, foram conhecidas várias considerações sobre esta decisão que foram do pedido de um esforço à banca para remunerar melhor os depósitos às acusações do PSD ao Governo acusando o Executivo de querer acabar com a classe média.
  • António Pedro Santos/Lusa
5 Junho 2023, 11h32

O Governo decidiu suspender a série E dos certificados de aforro, anunciando a emissão da série F a partir desta segunda mas com uma taxa de juro mais baixa: de 3,5% para 2,5%.

As reações não se fizeram esperar. De Belém ao PSD passando pela Iniciativa Liberal e PCP, foram conhecidas várias considerações sobre esta decisão que foram do pedido de um esforço à banca para remunerar melhor os depósitos às acusações do PSD ao Governo acusando o Executivo de querer acabar com a classe média.

Marcelo “preocupado” com a decisão

Este sábado, o Presidente da República admitiu estar “preocupado” com a decisão de o Governo ter suspendido “a emissão de certificados de aforro, para lançar um novo tipo de certificado de aforro virado para o médio prazo”.

Marcelo aproveitou para “voltar a apelar à banca, porque muito daquilo que é a procura de certificados significa que os portugueses acham que o que a banca está a pagar é pouco”.

Governo está a acabar com a classe média, acusa PSD

No domingo, o vice-presidente do PSD, António Leitão Amaro, referiu que a alteração nos certificados de aforro “confirma que o Governo está a acabar com a classe média”, acusando o executivo de andar “a reboque” dos bancos.

“A decisão do Governo de desvalorizar os certificados de aforro confirma que o Governo está a acabar com a classe média em Portugal. Depois de a esmagar com impostos recorde, agora desvaloriza um dos principais instrumentos de poupança”, disse o social-democrata.

IL aponta falta de concorrência e competitividade

No mesmo dia,  o líder da Iniciativa Liberal (IL) considerou que continua a faltar concorrência e competitividade nas soluções de poupança, algo que não se resolve com “um esforçozinho” (crítica implícita a Marcelo).

“Há, de facto, um problema em Portugal que é um problema da incapacidade de fazer poupança e o país tem níveis de poupança muito baixos. Agora, eu não creio que isso se resolva com um esforçozinho”, afirmou Rui Rocha.

O líder liberal acrescentou ainda que “quando se fala da banca estar, eventualmente, a fazer condições abaixo daquilo que seria desejável do ponto de vista dos aforradores isso consegue-se com os tais instrumentos de poupança que sejam competitivos e que introduzam concorrência e que obriguem também os bancos, no caso de quererem captar eles próprios poupanças, a fazerem o tal esforço, mas porque há um mecanismo de concorrência”.

Bancos a comercializar certificados de aforro? “Escândalo”, acusa PCP

À esquerda, o PCP classificou como sendo “um escândalo” que os bancos passem a poder vender Certificados de Aforro, afirmando que tal medida demonstra que “a banca decide e o Governo concretiza”.

“Se dúvidas houvessem de que a banca decide e o Governo concretiza, está aí a prova disso. Isso é um escândalo. Um escândalo que, apesar de tudo, tem uma vantagem: demonstrar, na prática que o Governo não tem nenhuma dificuldade de se por ao serviço dos interesses dos grupos económicos”, disse Paulo Raimundo.

RELACIONADO
Copyright © Jornal Económico. Todos os direitos reservados.