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Donald Trump admite cidadania a filhos de imigrantes ilegais em troca do muro

O presidente norte-americano admitiu esta quarta-feira apoiar um acesso à cidadania para os jovens indocumentados, conhecidos como “sonhadores”, num período de 10 a 12 anos, em troca do financiamento do muro com o México.
25 Janeiro 2018, 08h05

O presidente norte-americano, Donald Trump, admitiu esta quarta-feira apoiar um acesso à cidadania para os jovens indocumentados, conhecidos como “sonhadores”, num período de 10 a 12 anos, em troca do financiamento do muro com o México.

Em troca, Trump quer que o Congresso aprove um financiamento de 30 mil milhões de dólares (cerca de 25 mil milhões de euros) para segurança fronteiriça, dos quais 25 mil milhões de dólares (quase 21 mil milhões de euros) para construir um muro na fronteira com o México, disse o chefe de Estado norte-americano aos jornalistas na Casa Branca.

O Presidente dos EUA acrescentou que se não for alcançado um acordo para dar uma solução aos cerca de 800 mil “sonhadores” (‘dreamers’) que vivem no país, poderá adiar o prazo de vencimento do DACA, o programa que os protege da deportação, para depois de 05 de março, data que ele próprio fixou em setembro passado.

“Vamos transformar isso [DACA]. Vai acontecer em algum momento no futuro, durante um período de 10 a 12 anos”, afirmou.

Apesar de ter feito, no passado, declarações duras sobre os jovens que chegaram de forma ilegal aos Estados Unidos, quando eram crianças, Trump deixou uma mensagem para “sonhadores”: “Digam-lhes para eles não estarem preocupados, está bem? Digam-lhes que não se preocupem. Vamos resolver o problema”.

No entanto, Trump voltou a advertir: “Se não houver muro, não haverá DACA”, disse, precisando que apesar de pedir 25 mil milhões de dólares para o muro fronteiriço, o custo da obra será inferior.

“Estamos a falar provavelmente de 800 milhas [quase 1.300 quilómetros] de muro”, acrescentou.

O Presidente dos EUA tem defendido que qualquer acordo para proteger estes imigrantes da deportação depende do financiamento do muro e outras medidas de segurança. Além disso, Trump também pretende limitar o número de familiares que os imigrantes podem trazer para os Estados Unidos e ou alterar ou transformar uma atribuição de vistos que pretende aumentar a diversidade.

Esta terça-feira, o líder da minoria democrata no Senado norte-americano, Chuck Schumer, retirou a sua proposta para aprovar um financiamento para a construção do muro com o México nas negociações sobre o orçamento.

Os democratas exigem à maioria republicana que seja aprovado um acordo migratório que abra caminho para a atribuição de cidadania aos “sonhadores”, mas o Presidente reclama que, para tal, terá de ser assegurado o financiamento do muro.

Durante as negociações sobre o orçamento, na semana passada, que culminaram no fecho parcial da Administração federal durante três dias, Schumer aceitou incluir uma verba para esta obra, inclusivamente aumentando esses fundos, em troco da regularização dos “sonhadores”, mas os republicanos e a Casa Branca rejeitaram.

Perante a falta de acordo, o Governo federal entrou em chamado ‘shutdown’ no sábado, precisamente um ano após a posse de Donald Trump como 45.º Presidente dos EUA.

No entanto, Schumer aceitou esta segunda-feira um novo financiamento temporário, em vigor até 08 de fevereiro, permitindo reabrir a Administração, a troco da promessa feita pelo líder republicano no Senado, Mitch McConnell, de abordar a solução para os jovens imigrantes.

Schumer recebeu críticas por parte da sua bancada, em particular dos senadores mais pró-imigração, que não queriam aceitar a reabertura do Governo a troco de outro adiamento sem garantias do acordo migratório

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