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Donativos de empresário saudita à fundação do príncipe Carlos investigados pela polícia

A polícia britânica fez saber hoje, dia 16, que iniciou uma investigação sobre alegadas doações que foram feitas à The Prince’s Foundation por um cidadão saudita, que terá obtido em troca uma condecoração e a cidadania britânica. Um porta-voz da Fundação do Príncipe declarou que seria “inapropriado comentar uma investigação em andamento”.
16 Fevereiro 2022, 18h15

A polícia britânica fez saber hoje, dia 16, que iniciou uma investigação sobre alegadas doações que foram feitas à The Prince’s Foundation por um cidadão saudita, que terá obtido em troca uma condecoração e a cidadania britânica.

A “Metropolitan Police” acrescentou que a investigação tem origem na avaliação de uma carta datada setembro de 2021.

“Os agentes entraram em contato com a The Prince’s Foundation sobre o apurado numa investigação sobre o procedimento na obtenção de fundos”, fez saber a polícia em comunicado.

“A Fundação forneceu vários documentos relevantes. Esses documentos foram analisados, ​​juntamente com as informações existentes. Essa avaliação determinou que uma investigação teria início. Ninguém foi detido”, acrescentou a polícia metropolitana.

Um porta-voz da Fundação do Príncipe declarou que seria “inapropriado comentar sobre uma investigação em andamento”.

O caso veio a lume em setembro de 2021

O caso foi revelado pelo jornal “Sunday Times”, em Setembro de 2021, e envolve um empresário saudita, Mahfouz Marei Mubarak bin Mahfouz, a quem terá sido atribuída uma condecoração depois de ter doado milhares de libras a projetos apoiados pelo herdeiro do trono.

No seguimento da notícia, Michael Fawcett, chefe executivo da Fundação do Príncipe, demitiu-se, ao mesmo tempo que o Regulador Escocês da Caridade iniciou uma investigação sobre os seus acordos de financiamento.

Na altura,  a instituição de beneficência informou, em declaração, que Fawcett renunciou formalmente ao cargo de diretor executivo. O gabinete do príncipe, Clarence House, disse ainda que a fundação também deixaria de contratar a empresa de Fawcett, a Premier Mode, que tinha organizado eventos para a instituição que custaram centenas de milhares de libras. “Michael Fawcett e a Premier Mode não nos prestarão serviços no futuro. Todos concordámos em acabar com estes acordos”, disse um porta-voz de Clarence House.

Michael Fawcett começou por servir num palácio britânico, mas acabaria por se tornar secretário pessoal do futuro rei. Os meios de comunicação britânicos há muito que comentam a relação de amizade entre os dois, inclusive pelo facto de Carlos de Inglaterra ter chegado a afirmar que “Fawcett era o único funcionário indispensável.”

Mas este não é o primeiro escândalo em torno do assessor preferido do filho de Isabel II. Em 2003, Michael Fawcett demitiu-se do cargo de secretário pessoal de Carlos, na sequência de um relatório interno que criticava a sua gestão do gabinete do príncipe e que o descrevia como um homem impopular, que intimidava os outros funcionários e que aceitava presentes valiosos.

O documento, porém, ilibava o secretário de atividades corruptas ou impróprias. E, por isso, Fawcett permaneceu dentro do círculo próximo de Carlos, passando a integrar o conselho de administração da empresa privada do príncipe.

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