DoValue avança com reestruturação e redução de pessoal em Portugal

A DoValue Portugal comunicou no mês passado que vai proceder a uma reestruturação que inclui o corte de pessoal. “O ajuste que foi feito em termos de equipa responde à adequação da estrutura a este processo de mudança e não está relacionado com a dimensão do negócio”, diz a DoValue. Aliás, este está a crescer, garante e fala de “recente mandato para a regularização técnica e documental de terrenos em esfera pública”.

A DoValue Portugal comunicou no mês passado que vai proceder a uma reestruturação que inclui o corte de pessoal. Num quadro de 103 pessoas a empresa que pertence ao Grupo DoValue, um importante “servicer” do sul da Europa, tem em curso a redução de, pelo menos, 20 pessoas.

“A restruturação é um processo normal que vem na linha da transformação iniciada em 2021 com a mudança de gestão, designadamente a alteração de CEO, estabelecimento de uma equipa comercial de Advisory & Underwriting e mudança de equipa de gestão”, refere ao Jornal Económico a DoValue Portugal.

A servicer liderada pela CEO Isabel Teixeira acrescenta que “juntando a isso, a adoção de uma filosofia lean para a revisão de processos internos e um maior alinhamento com o Grupo doValue para serviços partilhados são a continuação da mudança, de modo a estarmos preparados para um posicionamento estratégico focado em serviços especializados e de nicho, afastando-nos do que foi uma cultura ainda muito bancária e tradicional, herdada da maneira como a Altamira Portugal nasceu”.

“O ajuste que foi feito em termos de equipa responde à adequação da estrutura a este processo de mudança e não está relacionado com a dimensão do negócio. Aliás, este está a crescer, como é disso exemplo o recente mandato para a regularização técnica e documental de terrenos em esfera pública, cujos pormenores serão tornados públicos em breve”, explica a DoValue Portugal.

A ex-Altamira tem hoje como principal atividade em Portugal a gestão da carteira de ativos stressados da Oitante (ex-Banif).

Em janeiro do ano passado ganhou em consórcio a corrida à compra da carteira de malparado (non-performing loans) do Bankinter Portugal, apelidada de “laser”, que era de 80 milhões de euros. A DoValue ficou com a gestão de uma parte dessa carteira.

A DoValue chegou a Portugal em 2017, depois de comprar a plataforma Oitante. O nome escolhido, na altura, foi então Altamira Portugal. Em Outubro de 2021, a gestora de créditos e activos imobiliários passou por um processo de rebranding, com a marca Altamira Portugal a dar lugar à doValue Portugal. A operar no mercado português desde 2017, a empresa tem na sua oferta os serviços de securitização, consultoria e gestão de portefólio.

Foi também noticiado há um ano que a DoValue Portugal tinha uma nova marca de imobiliário, a doRealEstate, que veio substituir a antiga Altamira Real Estate.

No seu site é dito que em 2014 o fundo Apollo adquiriu 85% da Altamira Real Estate ao Banco Santander, transformando-a na Altamira Asset Management. “Na sua ambição de externalização, em 2017 iniciou as suas operações em Portugal e no Chipre, adaptando sempre o seu modelo de implementação à oportunidade gerada no país. Em 2019, os 85% do Grupo Altamira foram adquiridos pelo Grupo doBank, que operava em Itália (cotado na bolsa de Milão, desde 2017) e na Grécia, tornando-se no Grupo doValue, o maior servicer independente do sul da Europa”, lê-se no site da empresa.

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