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É essencial que OE dê “sinal claro de investimento na saúde”, diz Sindicato Independente dos Médicos

O secretário-geral do SIM alertou também para a necessidade de o SNS acudir aos milhares de doentes que precisam de tratamento, avisando para a falta de pediatras no Hospital de Évora, internistas no Hospital Garcia de Orta e de médicos em Castelo Branco e na Guarda.
24 Outubro 2020, 20h19

O secretário-geral do Sindicato Independente dos Médicos (SIM), Jorge Roque da Cunha, declarou este sábado que “é essencial que o Orçamento do Estado dê um sinal claro de investimento na saúde” e alertou que há menos médicos do que há um ano.

“Os médicos este ano são menos do que no ano passado, os médicos que se vão reformar nos próximos três anos a nível dos médicos de família serão cerca de 1.300, e médicos hospitalares cerca de 1.500”, disse Roque da Cunha, considerando que os recursos humanos são “claramente insuficientes”.

O secretário-geral do SIM falava aos jornalistas no final de uma audiência com o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, para analisar a atual situação pandémica no país provocada pelo novo coronavírus.

Segundo Roque da Cunha, já havia problemas antes de 2019 quanto à falta de médicos no Serviço Nacional de Saúde (SNS), o que agora “a pandemia pôs a nu”.

“É preciso que este Orçamento do Estado invista verdadeiramente no SNS”, insistiu o dirigente do SIM, observando que o apelo do sindicato é para que o Governo encare esta pandemia de “uma forma séria”, pois há milhares de doentes (não covid) que precisam de tratamento.

No seu entender, “é preciso que o Primeiro-ministro, o Governo e a Assembleia da República tratem esta pandemia de uma forma séria”.

O secretário-geral do SIM alertou também para a necessidade de o SNS acudir aos milhares de doentes que precisam de tratamento, avisando para a falta de pediatras no Hospital de Évora, internistas no Hospital Garcia de Orta e de médicos em Castelo Branco e na Guarda.

Questionado se a atual situação pandémica em Portugal justifica a declaração do Estado de Emergência, Roque da Cunha replicou que isso “é uma decisão política”, mas que, para o sindicato, o que é fundamental é a “possibilidade de tratar os doentes nos centros de saúde”, devendo os hospitais estar “disponíveis para fazer as suas cirurgias”.

Quanto aos vários surtos em lares, Roque da Cunha disse que é preciso “controlar a situação”, observando que as instituições têm de ter a responsabilidade de garantir médicos nesses lares e o governo tem também essa responsabilidade de apoiar as instituições.

“De outra forma, pensar que os médicos do SNS vão substituir as férias dos médicos que lá estão é um erro clamoroso”, advertiu.

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