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“É importante sermos criteriosos” com os dados, diz assessor de vereador da mobilidade

“Hoje em dia são gerados milhões de dados e o nosso trabalho é descobrir quais são úteis e quais não são. Também temos de fazer a segmentação de que dados são privados e quais estão em risco de privacidade”, explicou Vasco Móra na sua intervenção.
24 Setembro 2020, 18h45

Num painel onde se abordou o tema privacidade nas cidades inteligentes, o assessor do vereador da mobilidade da Câmara de Lisboa, Vasco Móra, admitiu a importância “de sermos criteriosos” com os dados a utilizar nos tempos atuais, devido à privacidade que muitos destes acarretam. O tema foi discutido no último dia da ‘Portugal Smart Cities Summit 2020’, cimeira organizada pela Fundação AIP, na qual o Jornal Económico é media partner.

Na criação de algo necessário para os cidadãos, Vasco Móra admitiu que é preciso “ver que dados precisamos, como estão guardados” e só depois “construir soluções com base nos pedidos”. O assessor explicou que a solução começa a ser pensada especialmente para o cidadão e para as suas necessidades específicas, e não pensa no cidadão como “sendo apenas um veículo ou acessório” para atingir o objetivo.

“Hoje em dia são gerados milhões de dados e o nosso trabalho é descobrir quais são uteis e quais não são. Também temos de fazer a segmentação de que dados são privados e quais estão em risco de privacidade”, explicou na sua intervenção, adiantando que “se falarmos de um candeeiro inteligente isso não traz riscos, agora se falarmos em seguir deslocações, claro que já traz”, uma vez que isso implica perceber o horário dos cidadãos.

O assessor explicou que “a preocupação passa por encontrar o desafio, perceber onde há questões de privacidade e depois desenvolver soluções para isso”, notando o exemplo da aplicação da Carris, que permite ao utilizador quanto tempo falta para o autocarro chegar à sua paragem, e a aplicação das bicicletas Gira da Emel, onde vê onde estamos a desbloquear o veículo.

Por sua vez, Nuno Vieira da Silva, head of Google cloud em Portugal, admitiu que a “privacidade é um tema que está sempre no topo da mente ” ao desenvolver um projeto novo, apontando transparência para com o utilizador, segurança e controlo.

Nuno Vieira da Silva foi mais longe e explicou que “a tecnologia existe para servir os cidadãos” e que “é importante ter um nível de engagement” com estes, sendo que a “possibilidade de trabalhar em tempo real permite oferecer vários serviços” aos cidadãos.

Outro orador presente na discussão foi Alberto Alonso, bd manager do sul da Europa da Axis Communications, que apontou que o projeto a ser desenvolvido “tem de definir qual o objetivo da captura dos dados” dos cidadãos, de forma a que não existam abusos de poder por parte das empresas sobre os dados captados.

A trabalhar no tema da vigilância, Alberto Alonso explicou que atualmente também já é possível retirar informações das imagens observadas nos vídeos de segurança, sendo esta informação bastante sensível no que diz respeito à privacidade.

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