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“É inevitável que haja austeridade para o setor privado”, defende Marques Mendes

“Negar a austeridade é quase ofender as pessoas” que caiam no desemprego, vejam os salários reduzidos e sofram aumento de carga fiscal. “Não tenho grandes dúvidas de que vai haver um aumento de impostos”, disse o comentador, contrapondo que não haverá cortes de salários na função pública ou nas pensões, o que também não veria como “desejável ou recomendável”.
19 Abril 2020, 22h40

O comentador político Marques Mendes disse que “falando com verdade é inevitável que haja austeridade” provocada pelo impacto da Covid-19 na economia nacional, fazendo uma distinção entre os funcionários públicos e os trabalhadores do setor privado, entre os quais “sem ponta de demagogia será infelizmente assim”.

Segundo Marques Mendes, “negar a austeridade é quase ofender as pessoas” que caiam no desemprego, vejam os salários reduzidos e sofram aumento de carga fiscal. “Não tenho grandes dúvidas de que vai haver um aumento de impostos”, disse o comentador, contrapondo que não haverá cortes de salários na função pública ou nas pensões, o que também não veria como “desejável ou recomendável”.

“Faço aqui um apelo ao Governo de que faça tudo ao seu alcance para diminuir desigualdades entre o setor público e o setor privado”, disse Marques Mendes, salientando que estará em causa uma “crise muito diferente daquela que ocorreu há oito anos”, quando não havia outra alternativa além de cumprir a austeridade imposta pelas entidades da troika.

Referindo-se às previsões do Fundo Monetário Internacional (FMI) quanto ao impacto da Covid-19 na economia nacional, Marques Mendes destacou que, apesar da grande recessão, queda da riqueza produzida, aumento do desemprego e subida exponencial da dívida pública, a “notícia menos má” é que poderá haver uma “recuperação significativa” já em 2021, com o PIB a crescer 5%, o desemprego a descer para 8% e o défice público abaixo dos 2%

Quanto à União Europeia, disse que esta deverá ter sentido de solidariedade para com os países mais afetados. “Se não perceber que tem de ser solidária, os movimentos populistas irão crescer e fazer implodir o projeto europeu”, salientou o comentador, acrescentando que “não se pode correr o risco de a Itália sair do euro ou mesmo da União Europeia”.

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