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“É necessário diversificar e pensar além de Lisboa”, diz sócio da KPMG Portugal

Quando a consultora se prepara para inaugurar o novo espaço de inovação no Alentejo, Rui Gonçalves, ‘partner’ responsável pela área de Tecnologia, acredita que se Portugal fosse um país maior Évora seria “uma cidade quase satélite” da capital.
31 Março 2023, 18h11

Rui Gonçalves, partner responsável pela área de Tecnologia na KPMG Portugal e global lead de ‘Low Code’ e Automação na consultora, deu uma entrevista ao Jornal Económico para explicar os projetos que nasceram no âmbito da nova parceria estratégica com a ServiceNow. O sócio da KPMG Portugal alertou ainda para a importância do hub que está a nascer no PACT – Parque do Alentejo de Ciência e Tecnologia, cujas obras devem estar terminadas até ao final do segundo trimestre.

Qual é a estratégia da KPMG Portugal para a área tecnológica?

Nós não somos uma tecnológica pura. O que fazemos é entregar serviços com tecnologia. O nosso negócio é entregar transformação. Parece um discurso um pouco “marketing”, mas de facto é aí que tentamos monetizar o nosso posicionamento. Isso leva-nos a um momento de mercado tramado que é falta de competências ou a luta pelas pelo talento. Aqui, temos um modelo multisourcing, estamos proativamente a recrutar, contratamos cerca de 200 pessoas por ano – até agora só licenciados – e recorremos a ecossistemas de pequenas empresas que utilizamos como parceiros para alimentar os projetos.

Estão prestes a inaugurar um centro tecnológico no Alentejo…

O projeto de Évora é focado na descentralização, porque acho que é importante pensar além de Lisboa para tentar estar mais próximo dos polos de conhecimento. O parque tecnológico é um projeto interessante, com alguma dinâmica. Estarmos mais próximos da academia vai permitir-nos engrossar as nossas fileiras de competências tecnológicas o mais cedo possível. Acabamos por estar dentro do campus, com todas as vantagens que traz.

Já estão a preencher as vagas de trabalho que abriram para Évora?

Já temos pessoas recrutadas e inclusive algumas que, internamente, fizeram pedidos de mobilização à procura de um melhor equilíbrio entre o trabalho e a vida social, que se calhar numa cidade como Évora é mais fácil do que em Lisboa. É necessário diversificar. Portugal é um país pequeno. Évora está a uma hora de carro, que muitas vezes é o tempo que demoramos do aeroporto ao escritório de um cliente quando viajamos. Estamos a falar de uma cidade que se fosse num país maior seria uma cidade quase satélite de Lisboa.

O que vão fazer em concreto no ‘hub’?

Há quatro dimensões e uma delas é a de projetos em parcerias com clientes, entre os quais há um cliente português, que estamos a avaliar ter extensões às suas equipas em Évora, e um no Médio Oriente, em fase de contratualização para o que estamos a fazer aqui em Lisboa. Se for ali ao sexto andar temos uma sala, com acessos específicos e regras de segurança, para trabalhar com um banco norte-americano.

Na sua opinião, qual é a tecnologia que, de facto, vai marcar os próximos anos?

Recentemente, lançámos um estudo que aponta que o negócio do metaverso será de biliões de dólares, mas em 2030. Ou seja, como a maior parte destas coisas da tecnologia, vai demorar algum tempo até que se perceba de facto onde está o valor acrescentado e a monetização efetiva dessas tendências. A ligação entre a inteligência e a automação, a entre o process mining e a process automation, é uma das tendências que irão marcar as organizações no curto médio prazo. Ter RPA [Robotic Process Automation] inteligentes, machine learning e Inteligência Artificial nos processos. Com os Covid-19, os processos foram colocados sob stress.

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