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“É tão mau que até parece uma gralha”. Rio diz que são “indesmentíveis” discrepâncias no OE2020

Em causa estão 590 milhões de euros que “simplesmente desaparecem sem qualquer explicação” na comparação entre os dois quadros relativos à contabilidade pública. O líder do PSD acusa o ministro do Estado e das Finanças, Mário Centeno, de “baixar o nível” e querer “confundir a opinião pública”.
  • Cristina Bernardo
20 Dezembro 2019, 14h51

O presidente do PSD, Rui Rio, reiterou esta sexta-feira que existem discrepâncias “indesmentíveis” no relatório do Orçamento do Estado para 2020 (OE2020), no que toca à contabilidade pública. Rui Rio acusa o ministro do Estado e das Finanças, Mário Centeno, de “baixar o nível” e querer “confundir a opinião pública” ao fazer “desaparecer” 590 milhões de euros.

Em causa está a alegada discrepâncias entre dois quadros do relatório da proposta orçamental. Segundo uma comparação entre os dois quadros relativos à contabilidade pública que Rui Rio distribuiu, os valores sempre foram idênticos, desde 2005. No entanto, a partir da proposta orçamental de 2018, o líder do PSD nota que tem havido sempre uma diferença entre o saldo em contabilidade pública.

“Bateu sempre certo, só nos últimos dois anos foi feito aquilo que agora está a ser repetido: o saldo em contabilidade pública não é igual de um quadro para o outro, é tão mau que até parece uma gralha”, criticou o líder do PSD, aos jornalistas na Assembleia da República.

As declarações de Rui Rio surgem depois de Rui Rio ter acusado o Governo de “fraude democrática” devido a discrepâncias entre dois quadros do relatório da proposta orçamental. Em resposta às críticas, Mário Centeno afirmou que o líder social-democrata “ou não sabe nada de economia – e muito menos de Finanças públicas – , ou nunca viu fazer um Orçamento do Estado”.

Rui Rio disse ainda que “não querer baixar o nível da forma como o ministro baixou”, mas que Mário Centeno se fez de “desentendido, tentou confundir a opinião pública, falando na passagem do saldo de contabilidade pública para contabilidade nacional, não é isso que está em causa”.

Em causa estão, segundo o presidente social-democrata, 590 milhões de euros que “simplesmente desaparecem sem qualquer explicação” na comparação entre os dois quadros relativos à contabilidade pública.

“Aquilo que eu disse objetivamente mantém-se: ou esse dinheiro vai ser aprovado pela Assembleia, mas está automaticamente cativado e não vai ser gasto ou, se vai ser gasto, não vai haver superavit e vai haver pequeno défice”, afirmou Rui Rio. E acrescentou: “Isto é absolutamente indesmentível e não preciso de recorrer a deselegâncias como as que o senhor ministro recorreu”.

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