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“É um protesto a esta esquerdização do PSD”. André Ventura renuncia em Loures

André Ventura tinha “uma discordância” com as linhas políticas desenvolvidas por Rui Rio. “O país precisa da força da direita, de uma direita mais radical” e, por isso, não se identifica “com este partido”, explicou o vereador demissionário sem pelouro executivo.
26 Outubro 2018, 16h36

O antigo candidato à câmara municipal de Loures André Ventura renunciou esta sexta-feira ao cargo de vereador da autarquia por “protesto contra a liderança do PSD de Rui Rio”.

Em declarações ao Jornal Económico, André Ventura disse ter “uma discordância” com as linhas políticas desenvolvidas por Rui Rio. “O país precisa da força da direita, de uma direita mais radical” e, por isso, não se identifica “com este partido”, explicou o vereador demissionário sem pelouro executivo.

“É um protesto a esta ‘esquerdização’ do PSD e à sua incapacidade em adoptar medidas radicais”.

O autarca demissionário apontou, por exemplo, a incapacidade do PSD em atuar em áreas sensíveis, como na justiça ou “na ação política contra as subvenções vitalícias dos políticos” que a proposta do Orçamento de Estado para 2019 atribui uma verba a rondar os sete milhões de euros, o que “é escandaloso”.

André Ventura disse ainda que “defende uma direita democrática e que rejeita o apelo ao vandalismo e ao ódio”. O antigo militante do PSD quer “uma direita radical, sem os preconceitos da direita tradicional, e sem passar a linha vermelha do [desrespeito] pelos direitos fundamentais”. De resto, defende “uma redução do número de deputados à Assembleia da República para 100, o que terá de ser feito em sede de revisão constitucional”. Esta tomada de posição é suportada no facto de, “no último ano, segundo a imprensa nacional, há deputados que não tiveram nenhuma intervenção, quando são eleitos [para tal] e ficam ali a fazer número”. Criticou ainda o sistema de nomeação dos “principais partidos políticos” para o cargo de deputados que, muitas vezes, estão longe dos círculos que representam.

Sobre o partido que está a lançar, “Chega”, que iniciou na semana passada oficialmente a recolha de assinaturas, André Ventura espera “recolher, em tempo recorde, as 7.500 assinaturas”.

“Espero que o Tribunal Constitucional não ceda a pressões [externas] para recusar como, aliás, defendeu o constitucionalista Paulo Otero, que argumentou não haverem motivos constitucionalmente materiais” que suportem essa recusa, acrescentou.

Em relação à proposta de Orçamento de Estado para 2019 (OE2019), André Ventura caracterizou-o de “eleitoralista, propagandista e socialista”.

“O governo maquilhou o OE2019, dando um alívio fiscal que não existe, é uma propaganda que finge fazer transferências [de receitas], mas aumenta os impostos indirectos”, considerou, frisando ser “ingrato gastar sete milhões de euros em subvenções vitalícias”.

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