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Economia circular: maior desafio é reduzir custos do regresso de matérias-primas ao mercado

Para o presidente da Agência Portuguesa do Ambiente, o papel do Estado é ser um agente facilitador deste processo, destacando neste sentido o plano para a economia circular.
  • Cristina Bernardo
23 Outubro 2018, 10h34

A transformação de um modelo económico linear para um modelo sustentável esbarra nos custos do regresso à economia dos resíduos sob a forma de novas matérias-primas, afirmou o presidente da Agência Portuguesa do Ambiente (APA), no observatório “Economia Circular: desafios e oportunidades para a economia portuguesa”, organizado pelo Crédito Agrícola, em parceria com o Jornal Económico.

Nuno Lacasta, que falava esta terça-feira, 23 de outubro, sublinhou que “assegurar o regresso de certos materiais à economia sem que os custos não são proibitivos é o verdadeiro desafio de fundo”.

O presidente da APA reconheceu que transitar do modelo económico atual para uma “economia onde os recursos são reintroduzidos na economia” é um desafio “mais fácil de dizer do que fazer”, exemplificando com o caso da água.

“Se pensarmos no contexto europeu, no facto de a população estar a crescer, o que isto quer dizer é que temos mesmo que olhar para os recursos de maneira diferente”, disse, sublinhando a dependência dos países europeus de recursos externos.

Embora defenda que a economia portuguesa é “pouco eficiente quando comparada com a média europeia”, antevê a oportunidade o País para “para fazer melhor nesta área”.

“O setor dos resíduos, por exemplo, teve uma evolução muito apreciável, muito positiva nos últimos 15/20 anos em Portugal. Os portugueses têm dos sistemas de tratemento e saneamento dos melhores do mundo”, apontou.

Para o presidente da APA, o papel do Estado é ser um agente facilitador deste processo, destacando neste sentido o plano para a economia circular.

“O setor dos resíduos vai precisar de se adaptar para poder contribuir para a economia circular porque o potencial existe mas os players vão ter que ter  a garantia de transparência no acesso a esses mesmos materiais e isso é muito importante. Têm que assegurar que a cadeia de valor está completamente salvaguardada”, disse.

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