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Economia comportamental: como unir psicologia e digitalização nos negócios

No ano em que Richard H. Thaler recebeu o Prémio Nobel da Economia pelas suas contribuições para a economia comportamental, a sessão de aceleração de Lifestyle da Ernst & Young Portugal deu enfoque ao tema.
  • Wolfgang Rattay/Reuters
17 Dezembro 2017, 20h15

No ano em que o norte-americano Richard H. Thaler recebeu o Prémio Nobel da Economia pelas suas contribuições para a economia comportamental, a sessão de aceleração de Lifestyle da Ernst & Young (EY) Portugal deu enfoque ao tema das influências cognitivas e emocionais nas ações económicas.

No encontro, organizado no âmbito da 2ª edição do Beyond – Portugal Digital Revolutions, os oradores começaram por descrever a transformação digital através de casos concretos nas empresas, partindo da premissa de que as mesmas estão a ser cada vez mais “engenhosas” devido aos fenómenos causados pela globalização.

Uma das principais questões colocadas em debate foi a de “como é que encorajamos as pessoas a adotar comportamentos saudáveis para o resto das suas vidas? [How will we nudge people to adopt healthy behaviors for the rest of their lives?]”. “Nugde é um empurrãozinho. É diferente de controlo. É uma forma de produzir resultados a curto e a médio prazo sem grandes mudanças”, explicou o professor universitário Carlos Mauro.

O docente da Católica Porto Business School contextualizou o conceito com a Teoria da Escolha Racional e com personalidades da História da economia comportamental, como Herbert Simon. Na sua opinião, promove-se esta disciplina através de laboratórios, produção de conteúdo, formação, ação sociais, análise de dados, etc.

“Os modelos de difusão que usamos nas empresas partem do princípio de que estamos sempre a fazer uma análise custo-benefício”, disse, referindo também que, provavelmente, mais de 80% das ações humanas são realizadas através do sistema “rápido, inconsciente, intuitivo” e que, portanto, muitas vezes há enviesamento.

O CEO da Via Verde Portugal esteve presente para mostrar como o sistema de portagem eletrónica da Brisa digitalizou as autoestradas do país em parceria com a SIBS. Pedro Mourisca referiu que, há cerca de cinco anos, surgiram na empresa questões comportamentais e tecnológicas, nomeadamente em relação à sustentabilidade e aos jovens que não são tão ligados aos veículos.

A empresa decidiu acelerar a transformação digital em 2014 e criar mecanismos para os clientes deixarem de ter de se deslocar às lojas e reduzirem custos – ou seja, houve um alargamento dos serviços face à visível alteração dos comportamentos dos clientes. “Temos dados de pessoas que selecionam já parques que têm ou não Via Verde (…). Damos o salto para fora do automóvel e pensamos na mobilidade como uma coisa mais global”, justificou, sublinhando que o objetivo passa por reduzir o número de carros particulares nas cidades, inclusive através do progresso no DriveNow, o carsharing da Via Verde.

A 2ª edição do Beyond – Portugal Digital Revolutions, promovida pela EY Portugal para debater a transformação digital, realizou-se entre os dias 17 de outubro e 12 de dezembro. Por entre as conferências setoriais – Turismo, Saúde, Administração Pública, Telecomunicações, Media e Tecnologias da Informação, Banca e Seguros, Energia, Indústria e Final – decorreram sessões de aceleração sobre os desafios da mudança digital em áreas como communities & sharing, cybersecurity, costumer, lifestyle, competitiveness e talent. O Jornal Económico acompanhou em exclusivo estes encontros.

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