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Economia da China vai abrandar com medidas de proteção do ambiente

A firma de análise britânica Capital Economics contradiz assim o ministro chinês da Proteção Ambiental, Li Ganjie, que defendeu que o plano de Pequim para reduzir a poluição não afetará o crescimento económico.
  • REUTERS/Stringer
1 Novembro 2017, 11h25

As medidas do Governo chinês para reduzir a poluição vão resultar num abrandamento de 0,5% no ritmo de crescimento económico e de 1% na produção industrial do país, durante este inverno, estima a consultora Capital Economics, citada pela Lusa.

A firma de análise britânica contradiz assim o ministro chinês da Proteção Ambiental, Li Ganjie, que defendeu que o plano de Pequim para reduzir a poluição não afetará o crescimento económico.

Em outubro passado, a consultora francesa Societé Génerale estimou que as medidas resultarão num abrandamento de 0,25%, no ritmo de crescimento da economia chinesa ao longo dos próximos seis meses.

A maioria das emissões poluentes na China vem da queima do carvão, que sobe no inverno, com o aumento da procura por aquecimento, gerando mantos espessos de poluição, que cobrem sobretudo o norte do país.

“As rigorosas medidas contra as empresas poluidoras já estão a afetar alguns setores da indústria e parece que os reguladores vão implementar ações ainda mais agressivas, visando cumprir com as metas de qualidade do ar para este inverno”, afirma a Capital Economics num relatório.

Como consequência, o documento aponta para um abrandamento de 1% na produção industrial e de 0,5% no ritmo de crescimento económico do país.

As autoridades chinesas fixaram como objetivo reduzir em pelo menos 20%, entre outubro deste ano e março de 2018, a concentração de partículas PM 2.5 – as mais finas e suscetíveis de se infiltrarem nos pulmões – na zona de Pequim, Tianjin e Hebei, a mais poluída do país.

O ministério liderado por Li Ganjie enviou mais de cem equipas de inspetores para conferirem as emissões das empresas estabelecidas nessas três áreas e nas províncias de Shandong, Shanxi e Hubei.

Segundo a Capital Economics, o impacto destas medidas é “quantificável, visto que a produção das fábricas representa 25% do Produto Interno Bruto (PIB) chinês”.

“As medidas têm ainda um impacto significativo no setor secundário, sobretudo na mineração e produção de metais”, lê-se no mesmo relatório.

A consultora advertiu que, nos últimos quatro anos, foram raras as vezes em que a densidade da partículas PM 2,5 caiu 20%, “tendo acontecido apenas quando a produção industrial chinesa cresceu a um ritmo menor do que o registado nos últimos meses”.

“Nenhum dos períodos em que o nível de densidade das partículas PM 2,5 caiu significativamente se deveu aos esforços do Governo, mas antes à debilidade económica e preços baixos das matérias primas”, explicou.

A poluição é responsável por milhões de mortes prematuras todos os anos na China.

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