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Economia do Reino Unido em risco de cair numa recessão durante o verão

James Smith, economista do banco holandês ING, disse que a economia deverá encolher no segundo trimestre. O banco prevê uma contração de 0,3% nos três meses até ao final de junho, seguindo-se um crescimento de apenas 0,2% no terceiro trimestre.
  • John Sibley/Reuters
18 Abril 2022, 16h26

A economia do Reino Unido corre o risco de cair numa recessão este verão, numa altura em que as famílias estão a sofrer a maior pressão sobre os seus rendimentos desde a década de 1950 devido ao aumento da inflação, dizem os analistas ouvidos pelo “The Guardian”.

Os economistas dizem que o abrandamento do crescimento depois do confinamento, e o aumento dos custos de vida causado pela invasão da Rússia à Ucrânia podem resultar numa queda do Produto Interno Bruto (PIB) durante dois trimestres consecutivos que é a definição de recessão.

Com os resultados recentes em que foi apresentado um crescimento mais fraco do que o esperado em fevereiro, e com a taxa de inflação a atingir níveis máximos desde 1992 no passado mês de março, os analistas da City dizem que o PIB do Reino Unido estava no caminho certo para crescer cerca de 1% no primeiro trimestre de 2022, porém as previsões para este verão indicam o contrário.

Os analistas dizem que a atividade seria reduzida por um feriado extra para o jubileu de platina da Rainha durante o mês de julho, uma vez que os feriados públicos geralmente levam a uma queda da produção económica global. James Smith, economista do banco holandês ING, disse que a economia deverá encolher no segundo trimestre. O banco prevê uma contração de 0,3% nos três meses até ao final de junho, seguindo-se um crescimento de apenas 0,2% no terceiro trimestre.

“Vai ser muito perto de uma recessão técnica. Mesmo que seja evitado, vamos continuar a ver números de crescimento muito pouco entusiasmantes”, disse Smith. “Se as pessoas estão a gastar mais dinheiro em energia, seria de esperar que alguns dos bens não essenciais caíssem nos volumes de vendas. É isso que vamos estar a acompanhar”, acrescentou.

Os dados do Instituto Nacional de Estatística do Reino Unido, previstos para sexta-feira desta semana, deverão apresentar uma queda nas vendas a retalho em março, à medida que as famílias apertam os cintos. Neil Shearing, economista-chefe na consultora Capital Economics, afirmou que o rendimento disponível das famílias deverá cair cerca de 1,9% este ano. A acontecer, será a maior queda desde a queda de 1,8% nos rendimentos reais de 1977, e o maior desde que os registos modernos começaram na década de 1950.

“Em comparação, os rendimentos reais caíram ‘apenas’ 1,5% em 2011, na sequência da crise financeira global”, disse.

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