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Economia dos criadores de conteúdo, compras em direto, jogos e regulação são prioridades do YouTube para 2022

Plataforma de vídeos da Google quer investir mais nos seus ‘youtubers’ porque a Oxford Economics que concluiu que o ecossistema destes criadores de conteúdo contribuiu com 2,38 mil milhões de euros para a economia dos 27 Estados-membros e criou mais de 800 mil postos de trabalho no mundo.
  • Kon Karampelas/Unsplash
25 Janeiro 2022, 18h32

O YouTube vai investir mais em quem produz os vídeos para a sua plataforma, porque acredita que hoje existe uma autêntica economia dos criadores de conteúdos e verificou um aumento anual de 40% na quantidade de canais que ganham mais de 10 mil dólares (cerca de nove mil euros) todos os anos.

“Os criadores de conteúdo estão a vir à nossa plataforma partilhar as suas vidas, ganhar dinheiro e moldar o mundo à nossa volta de maneiras significativas. Eles estão a unir-nos para trazer bem ao mundo. No ano passado, vimos o impacto deste tipo de iniciativas quando MrBeast e Mark Rober lançaram o Team Seas para angariar fundos para remover mais de 13 milhões de quilos de lixo dos nossos oceanos, praias e rios”, começou por defender a CEO do Youtube, numa carta enviada esta terça-feira aos youtubers e publicada online.

Susan Wojcicki elencou cerca de dez linhas-mestras para o trabalho da sua empresa ao longo deste ano, que envolvem a tradicional música (neste caso YouTube Premium), os influenciadores, o jogo, o comércio eletrónico, a inclusão racional, a sustentabilidade, o ensino e mesmo as novas formas de consumir vídeos na plataforma, cada vez mais na televisão da sala de estar – quem durante os confinamentos ou num jantar de amigos não pôs vídeos no YouTube a transmitir na smart TV que lance a primeira pedra.

“Os criadores de conteúdo estão a ajudar a ensinar, a manter-nos entretidos e a terem um impacto significativo na economia dos criadores”, garantiu Susan Wojcicki. Portanto, a YouTube pretende mimá-los e vai dar resposta a pelo menos dois dos seus maiores pedidos: os detalhes e informações sobre as regras das violações de política da marca, através da contratação de mais pessoas que façam esses testes (o número de contratações não foi relevado) e assinaturas oferecidas como presente (a data de instalação desta funcionalidade ainda não é conhecida mas acontecerá ainda em 2022).

Na base destas decisões está o estudo da Oxford Economics que revelou que o ecossistema de criadores de conteúdo do YouTube contribuiu com 2,38 mil milhões de euros para a economia dos 27 Estados-membros e criaram mais de 800 mil postos de trabalho nos Estados Unidos, Japão, Coreia do Sul, Canadá, Brasil, Austrália e União Europeia.

A diretora da empresa da Google destacou ainda que só no primeiro semestre de 2021, o YouTube teve mais de 800 mil milhões de visualizações de vídeos relacionados com jogos, mais de 90 milhões de horas transmitidas em direto e mais de 250 milhões de uploads (inserção de vídeos). Logo, o gaming também será um dos focos para 2022. “Queremos melhorar a experiência em direto (live) para todos os criadores de conteúdo, inclusive para os espectadores. Em particular, estamos a concentrarmo-nos em aumentar a possibilidade de novas descobertas de conteúdo em direto e recursos de chat”, explicou Susan Wojcicki.

O investimento na inovação envolverá também a possibilidade de fazer compras em direto no YouTube, com parcerias com empresas de e-commerce como a Shopify. “Estamos a investir para tornar o YouTube numa plataforma inovadora de comércio. Lançámos um programa piloto de inserção de tags para criadores. Nele, os espectadores podem comprar produtos nos seus vídeos favoritos. Estamos também a iniciar testes para que as compras possam ser integradas ao Shorts [pequenos vídeos que funcionam como os stories do Instagram ou os snaps do Snapchat]”, adiantou.

A CEO concluiu a mensagem reiterando que apoia a regulamentação, mas lançou farpas aos diplomas da União Europeia que podem prejudicar a empresa e os seus utilizadores. “Atualmente estamos em conformidade com a regulamentação nos países de todo o mundo, mas também temos preocupações sobre a nova regulamentação que pode ter consequências não intencionais que afetariam a comunidade de criadores, principalmente em torno da linguagem jurídica”, escreveu, fazendo referência à Lei dos Serviços Digitais, que foi aprovada pelo Parlamento Europeu na semana passada, e ao artigo 17 (ex-artigo 13) da diretiva europeia dos direitos de autor.

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