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Economista de Harvard considera que “só 20% da população sofre com a pandemia e isso não afeta Wall Street”

O professor de economia de Harvard, Kenneth Rogoff, alerta para os efeitos que a pandemia está a ter na educação, e considera que o mundo poderá retroceder décadas em termos de pobreza global.
21 Fevereiro 2021, 10h31

O professor de economia na Universidade de Harvard, Kenneth Rogoff, alerta que a pandemia está a ter um efeito devastador nas classes mais baixas, ao contrário do que acontece com o mercado bolsista, em entrevista ao El Economista.

“Isto não afeta tanto os lucros das empresas. É somente os 20% mais inferior da população que sofre e isso não afeta a bolsa. É cruel, mas é a lógica dos mercados”, afirma.

Na entrevista o professor de Harvard disse que a pandemia dará lugar a usos mais produtivos da tecnologia, contudo alerta para os custos que a pandemia está a ter na educação, e que o mundo poderá retroceder décadas em termos de pobreza global.

Kenneth Rogoff diz ainda que a desconexão existente entre o preço dos ativos e a economia real tem algumas explicações., Uma delas é que na economia real quem está a sofrer com a pandemia são as pessoas de baixos rendimentos.

O professor de economia alerta que tem existido um “grande aumento” do poder monopolístico, acrescentando que as pequenas médias empresas, que poderiam enfrentar as grandes empresas, são as que estão a ser aniquiladas.

Kenneth Rogoff diz ainda que “o dia do juízo final” chegará quando as taxas de juro começarem a subir, fazendo com se baixe as valorizações, e que isso terá efeitos sobretudo em empresas em que o preço atual reflita benefícios que estejam longe no futuro, como é o caso de muitas empresas tecnológicas e da Tesla, como um caso extremo.

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