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EDP anuncia compra da energética espanhola Viesgo

A Viesgo está avaliada em 2,7 mil milhões de euros com a EDP a investir 900 milhões para fechar esta aquisição. Para financiar a compra a EDP vai realizar um aumento de capital de mil milhões, com esta operação a ser lançada “assim que seja possível”.
  • Cristina Bernardo
15 Julho 2020, 17h39

A EDP vai comprar a energética espanhola Viesgo, anunciou a companhia portuguesa esta quarta-feira. A Viesgo está avaliada em 2,7 mil milhões de euros com a EDP a investir 900 milhões para fechar esta aquisição.

A operação está dividida em três partes: na primeira aquisição, a EDP comprou a rede de distribuição de eletricidade da Viesgo – localizada nas Astúrias e na Galiza – em parceria com a Macquarie Infrastructure and Real Assets (MIRA). A Viesgo Distribution registou um EBITDA de 320 milhões em 2019, e vai passar a ser detida em 75% pela EDP e em 25% pela MIRA.

A segunda, é que a EDP Renováveis (detida maioritariamente pelo grupo EDP) vai comprar 100% do negócio renovável da Viesgo, que conta com 24 centrais eólicas e duas centrais mini-hídricas em Portugal e Espanha. A empresa conta com uma capacidade instalada total de 500 megawatts (MW), e está avaliada em 565 milhões de euros.

A terceira parte é que a EDP também vai comprar as duas centrais a carvão da Viesgo na Andaluzia.

“Estes são bons ativos”, disse o presidente executivo interino do grupo EDP, Miguel Stilwell de Andrade numa chamada telefónica com analistas que teve hoje lugar.

O gestor apontou que 95% do EBITDA da Viesgo tem origem em receitas reguladas, garantindo assim uma previsibilidade nas receitas.

Na apresentação aos analistas, a EDP também sublinhou que esta compra vai ajudar a elétrica portuguesa a reformular o seu “portefólio ibérico através do aumento da exposição a redes de distribuição de eletricidade e renováveis”.

A compra deverá estar concluída até ao final de 2020, mas antes vai ter de passar por todas as respetivas avaliações regulatórias e governamentais, como é habitual num negócio destes. Assim, o negócio vai ser avaliado pela Direção-Geral da Concorrência da Comissão Europeia, e em Espanha vai ter de obter a aprovação do regulador de energia e de mercado CNMC, entre outros. Ao mesmo tempo, a empresa espanhola vai ter de passar pela “reestruturação corporativa necessária”.

Após a conclusão da operação, a EDP vai passar a deter integralmente a Viesgo e vai ter representação maioritária no conselho de administração, com direito a nomear o presidente executivo, o presidente do conselho de administração e o administrador financeiro.

Já a dívida de 1,1 mil milhões da Viesgo será consolidada na EDP.

A MIRA vai investir 700 milhões para comprar 25% da rede de distribuição da Viesgo.

 

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