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EDP garante aos seus acionistas dividendo de 19 cêntimos por ação “apesar do contexto difícil”

A crise económica provocada pela pandemia da Covid-19 está a colocar desafios à operação da EDP. Mas o presidente executivo interino da elétrica garantiu aos acionistas que o dividendo vai-se manter.
16 Julho 2020, 18h25

Apesar de 2020 estar a ser um ano desafiante para a EDP, a elétrica garantiu aos seus acionistas que vai continuar a pagar um dividendo mínimo de 19 cêntimos de euro por ação.

O presidente executivo interino da companhia aponta que “apesar da pandemia da Covid e do contexto difícil de 2020”, a elétrica diz que está a “mostrar uma grande resiliência este ano”, o que permite à empresa prever um lucro recorrente de 850 a 900 milhões de euros para este ano, um crescimento de “um dígito, apesar do contexto difícil”. A elétrica obteve lucros recorrentes de 854 milhões de euros em 2019, mais 7% face a período homólogo.

As declarações de Miguel Stilwell tiveram lugar na quarta-feira durante uma chamada telefónica com analistas para apresentar a operação de compra da elétrica espanhola Viesgo.

O gestor aponta que a gestão da energia, as rotações de ativos de renováveis, e as baixas taxas de juro nos mercados contribuem positivamente para o resultado esperado, apesar do impacto negativo da Covid no Brasil, e da desvalorização cambial do real face ao euro, assim como a queda na procura registada na Península Ibérica.

Miguel Stilwell quis assim “reforçar a sustentabilidade da política de dividendos” da empresa. “Reiteramos a manutenção de um dividendo mínimo de 19 cêntimos por ação”, afirmou, apontando que a empresa prevê entregar aos seus acionistas entre 75% a 85% dos seus lucros.

A EDP distribuiu quase 700 milhões de euros em dividendos aos seus acionistas este ano relativo ao exercício de 2019.

Olhando para o futuro,  o gestor abriu as portas para um “potencial aumento do dividendo sujeito a um crescimento sustentável” dos lucros da companhia.

Analisando a compra da Viesgo, Miguel Stilwell apontou que a transação “contribui para o objetivo da EDP de liderar a transição energética. Acredito que isto cria valor superior para os acionistas”.

“Temos sido lideres da transição energética há muitos anos. Temos boas oportunidades à nossa frente”, declarou.

A EDP anunciou ontem que adiou a apresentação dos seus resultados financeiros do segundo trimestre de 30 de julho para 3 de setembro, com a empresa a justificar que não pode apresentar os resultados devido à operação de aumento de capital no valor de mil milhões de euros que conta lançar em breve.

Cada ação vai ser lançada a 3,30 euros por ação, com um desconto de 23% face ao preço de encerramento de 15 de julho.

A Viesgo está avaliada em 2,7 mil milhões de euros com a EDP a investir 900 milhões para fechar esta aquisição. A operação está dividida em três partes: na primeira aquisição, a EDP comprou a rede de distribuição de eletricidade da Viesgo – localizada nas Astúrias e na Galiza – em parceria com a Macquarie Infrastructure and Real Assets (MIRA). A Viesgo Distribution registou um EBITDA de 320 milhões em 2019, e vai passar a ser detida em 75% pela EDP e em 25% pela MIRA.

A segunda, é que a EDP Renováveis (detida maioritariamente pelo grupo EDP) vai comprar 100% do negócio renovável da Viesgo, que conta com 24 centrais eólicas e duas centrais mini-hídricas em Portugal e Espanha. A empresa conta com uma capacidade instalada total de 500 megawatts (MW), e está avaliada em 565 milhões de euros. A terceira parte é que a EDP também vai comprar as duas centrais a carvão da Viesgo na Andaluzia.

A compra deverá estar concluída até ao final de 2020, mas antes vai ter de passar por todas as respetivas avaliações regulatórias e governamentais, como é habitual num negócio destes. Assim, o negócio vai ser avaliado pela Direção-Geral da Concorrência da Comissão Europeia, e em Espanha vai ter de obter a aprovação do regulador de energia e de mercado CNMC, entre outros. Ao mesmo tempo, a empresa espanhola vai ter de passar pela “reestruturação corporativa necessária”.

Após a conclusão da operação, a EDP vai passar a deter integralmente a Viesgo e vai ter representação maioritária no conselho de administração, com direito a nomear o presidente executivo, o presidente do conselho de administração e o administrador financeiro.

 

https://jornaleconomico.pt/noticias/edp-anuncia-compra-da-energetica-espanhola-viesgo-613835

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