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Efisa na mira do Banco Económico

Antigo BES Angola foi uma das entidades que pediram informações sobre o Efisa, o banco de investimento do BPN, que vai ser privatizado.
22 Dezembro 2017, 06h35

O Banco Económico, ex-BES Angola, pretende ter uma presença em Portugal, através da abertura de uma sucursal ou da compra de uma instituição que tenha licença bancária para operar no nosso país, apurou o Jornal Económico. Com este objetivo, a instituição angolana tem mantido contactos com o supervisor português e pediu informações sobre o Banco Efisa, cujo processo de venda está a ser relançado.

Ao que o Jornal Económico apurou, o tema está ainda em análise e não há ainda uma decisão de investimento por parte do banco angolano.

O Banco Económico, antigo BES Angola (BESA), é uma das principais instituições financeiras daquele país africano de língua portuguesa. Após a resolução do BES, em agosto de 2014, a instituição angolana foi intervencionada, mudou de nome e passou a ser controlada por grupos locais, nomeadamente a Lektron Capital (30,9%), a GENI (19,9%) e a Sonangol (7,4%). Apesar de ter perdido o controlo, o Novo Banco, que herdou os ativos “saudáveis” do antigo BES, permanece como acionista do banco angolano, com 9,72% do capital.

O banco que pertence à holding pública Parparticipações contratou os assessores financeiros e jurídicos – KPMG e António Macedo Vitorino e Associados – para apoiarem o processo de venda do Efisa nas diferentes fases. O processo atrasou-se por se tratar de um concurso público e deverá ser iniciada a fase das propostas non-binding (não vinculativas) no próximo mês de janeiro, soube o Jornal Económico.

Tal como o Jornal Económico noticiou em setembro último, a privatização do Efisa, banco de investimento do nacionalizado BPN, está a ser relançada, após o fracasso da primeira tentativa de alienação, à Pivot, sociedade detida pela gestora de fundos Aethel Partners. A operação está a ser conduzida pela holding estatal que ficou com os ativos do BPN, nacionalizado em 2008.Isto depois de o Governo ter dado luz verde, no fim de agosto, à reabertura do processo de privatização do Banco Efisa.

A Pivot, sociedade que venceu em 2015 o primeiro concurso de privatização, propunha-se a pagar 38,27 milhões de euros pelo Efisa. Este valor foi calculado assumindo um capital próprio refletido no balanço final (à data da transmissão) de 52,29 milhões de euros. Hoje, o preço será ajustado em baixa, porque os capitais próprios têm vindo a cair.

O valor dos capitais próprios do banco, um indicador do valor do banco em processos de aquisição, era em junho de 42,4 milhões de euros, de acordo com o balanço individual publicado no site do Banco de Portugal. Segundo a mesma fonte, o Efisa teve prejuízos de 1,227 milhões de euros no primeiro semestre.

Segundo o relatório e contas da Parparticipadas de 2016, o Efisa faz parte dos ativos detidos para venda e está registado no balanço ao custo de aquisição de 90,3 milhões de euros.

A venda do Banco Efisa à Pivot, acordada em outubro de 2015, foi cancelada a 3 de abril de 2017, após ter terminado o prazo para a concretização da operação. Ou seja, foi cancelado 17 meses após a escolha do comprador.

O comunicado divulgado em abril pela Parparticipadas dizia que o contrato caducou depois de “ter terminado o prazo, contratualmente previsto, para a verificação da condição de não oposição do BCE à transação”.

Artigo publicado na edição digital do Jornal Económico. Assine aqui para ter acesso aos nossos conteúdos em primeira mão.

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