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Elisa Ferreira sobre o Montepio: “Mantemos o diálogo permanente com o banco”

Elisa Ferreira, à margem do Fórum Banca aceitou falar sobre o Montepio e como está a evoluir a entrada de um novo acionista e a evolução do modelo de governo.
  • Cristina Bernardo
1 Dezembro 2017, 11h40

A evolução da estrutura acionista do Montepio Geral e do modelo de governo, depois da passagem a sociedade anónima, foi tema de uma conversa à margem do Fórum Banca organizado pelo Jornal Económico e pela PwC, com Elisa Ferreira, vice-Governadora do Banco de Portugal.

“A Caixa Económica tem vindo a dar uma série de passos, que são públicos, no sentido do robustecimento do seu negócio e da sua consolidação, refiro-me à transformação em sociedade anónima, refiro-me ao dois reforços de capital, refiro-me a uma progressiva separação entre interesse do acionista e interesses da instituição e a uma supervisão mais intrusiva por parte do regulador. Portanto cabe ao acionista fazer as propostas que achar convenientes relativas às questões que coloca”, disse a vice-Governadora do Banco de Portugal, Elisa Ferreira, ao Jornal Económico quando questionada sobre qual seria o modelo de governo adequado à Caixa Económica Montepio Geral, e se havia desenvolvimentos quanto à entrada de um novo acionista.

“Ao supervisor cabe apenas avaliar quando essa ou essas propostas aparecerem. Obviamente que se pergunta ao supervisor se quer ter, num banco supervisionado por si, uma estrutura acionista mais robusta, se quer ter um capital reforçado, com um modelo de governo mais transparente e mais protetor dos interesses da instituição, o supervisor dirá sempre que sim. Esta é uma resposta genérica para todas as instituições desde que o acionista seja credível, alinhado com o interesse da instituição, desde que o capital seja legítimo. Há todo um conjunto de regras que têm de ser cumpridas, antecipar o futuro não me cabe a mim”, disse ainda Elisa Ferreira à margem do Fórum Banca organizado pelo Jornal Económico e pela PwC, que se realizou na passada quarta-feira dia 29 de novembro.

Questionada sobre se o Montepio vai ter um de dois modelos de governo, monista ou dualista, agora que passou a sociedade anónima, disse que “cabe ao acionista propor ao supervisor o modelo que considera mais adequado e cabe ao supervisor avaliar se todas as regras estão a ser cumpridas ou não”.

Se há um prazo? “Não há prazo. Há algumas informações que vão circulando e vamos mantendo o diálogo com o banco, o que acontece aliás em permanência com todos os bancos, com todos os CEO e com os Chairmans”.

Hoje, em entrevista ao Expresso, Eduardo Martinho, Provedor da Santa Casa , diz que está a avaliar a entrada da Santa Casa no Montepio e que tomará a decisão de entrar ou não até ao fim do ano.

Eduardo Martinho admite que a Santa Casa quer garantir presença nos órgãos sociais muito superior à percentagem da sua participação que é no máximo de 10%. A Santa Casa quer ter administradores no banco hoje liderado por José Félix Morgado e quer ter poder de veto em decisões estratégicas, só assim é que entra no Montepio, confirmando a notícia do Jornal Económico em edições passadas.

No limite a disponibilidade financeira da Santa Casa para entrar no capital do Montepio é de quase 200 milhões de euros, admite o substituto de Pedro Santana Lopes. Mas essa injeção pode não ser feita toda de uma vez.

O provedor da Santa Casa diz ainda que só entrarão outras entidades da economia social se a Santa Casa da Misericórdia  de Lisboa entrar, donde se deduz que esta terá a maioria dos 10%, caso se concretize a entrada o que não está de todo garantido.

(Atualiza com entrevista ao Expresso de hoje do Provedor da Santa Casa)

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