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Elon Musk: nem tudo vai bem no reino do milionário

Acionistas da Tesla insatisfeitos, processos judiciais na SolarCity e rivalidade no espaço. Musk não gostou das críticas e começou agora uma guerra com os media.
4 Junho 2018, 12h40

Foguetões, carros elétricos, energia solar e rede subterrânea de trânsito. Elon Musk, de 46 anos, tem uma fortuna avaliada em 20 mil milhões de euros, mas, apesar do êxito da conta bancária e de ser visto como um “visionário”, nem tudo está a correr bem.

A Tesla está a perder dinheiro e, sobretudo, credibilidade. Alguns acionistas insatisfeitos desejam a saída de três quadros de topo, incluindo o irmão de Musk, Kimbal, e James Murdoch, filho do magnata Rupert Murdoch.

Em março deste ano, a fabricante de automóveis eléctricos anunciou que ia chamar às oficinas todos os Model S fabricados antes de Abril de 2016, devido a problemas de “corrosão excessiva” nos parafusos da direcção hidráulica.

O problema, que a fabricante garante não ter provocado qualquer acidente nem ter posto em causa a segurança dos veículos, não afecta o Model X nem o Model 3. Em todo o mundo serão cerca de 123 mil os automóveis em causa.

Num email enviado aos clientes, a Tesla explicou que estava a fazer o “recall” voluntário depois de ter observado “corrosão excessiva nos parafusos da direcção hidráulica, embora apenas em climas muito frios”. No caso da SolarCity, vários processos judiciais têm ensombrado a empresa de energia limpa. Já na luta pelo espaço Musk lançou com sucesso o Falcon Heavy, o foguetão mais poderoso do mundo.

Agora, o CEO da Tesla e SpaceX, Elon Musk, começou uma ofensiva na rede social twitter contra os meios de comunicação social, acusando-os de serem desonestos. Recentemente, o milionário atacou a Reveal, uma organização sem fins lucrativos, que publicou um trabalho de investigação sobre as condições de segurança nas fábricas da Tesla.
“Vamos criar um site onde o público possa avaliar a verdade de qualquer artigo e acompanhar a credibilidade ao longo do tempo de cada jornalista, editor e publicação. Acho que o nome deveria ser Pravda…” — que em russo significa “verdade”.

O empreendedor é um sul-africano naturalizado americano que conseguiu fazer milhões de dólares a investir no futuro. Começou com a maior empresa de pagamento ‘online’, o PayPal, e investiu na exploração do espaço com a SpaceX. Esta empresa está a desenvolver um plano com a NASA para colocar o homem em Marte até 2025. “O futuro da humanidade estará bifurcado em duas direções: ou vai ser multiplanetária ou estará confinada a um planeta e eventualmente à espera da extinção”, disse. Ao mesmo tempo, apostou nos primeiros carros eléctricos modernos com a Tesla.

Musk foi a inspiração para a adaptação do génio bilionário Tony Stark ao cinema, no filme “Homem de Ferro”. O empresário trabalha cem horas por semana e tem uma ambição invulgar desde muito novo. Aos 12 anos vendeu o seu primeiro videojogo. Cinco anos depois, abandonou a África do Sul – mas, entretanto, já tinha estudado no Canadá, país de naturalidade da mãe – para tentar chegar à fortuna nos EUA. Tinha o “sonho americano”. O sonho, viria a tornar-se realidade, também se pode transformar num pesadelo, avisam os críticos.

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