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Elon Musk quer adquirir Twitter com mais de metade dos 44.000 milhões de dólares em capitais próprios

Segundo um documento entregue ao regulador do mercado norte-americano (SEC, em inglês), o fundador da Tesla e da SpaceX disse inicialmente que contribuiria com 21.000 milhões de dólares em fundos próprios, do seu bolso ou suportados por terceiros.
26 Maio 2022, 06h41

Elon Musk pretende pagar mais de metade dos 44.000 milhões de dólares que oferece pela compra do Twitter com capitais próprios e está a negociar a participação do fundador da rede social na transação, foi divulgado na quarta-feira.

Segundo um documento entregue ao regulador do mercado norte-americano (SEC, em inglês), o fundador da Tesla e da SpaceX disse inicialmente que contribuiria com 21.000 milhões de dólares em fundos próprios, do seu bolso ou suportados por terceiros.

No entanto, esta terça-feira, informou a SEC que aumentou esse valor para 33.500 milhões de dólares.

Desta forma, Musk reduziria parte do financiamento que vem de empréstimos e eliminaria especificamente aqueles que estão vinculados ao capital da Tesla, empresa de veículos elétricos de onde vem grande parte da sua fortuna.

O homem mais rico do planeta divulgou ainda que está a negociar com importantes acionistas do Twitter, incluindo o fundador, Jack Dorsey, para a “possibilidade” destes trocarem os seus títulos antes da conclusão do negócio.

Musk pretende tirar a empresa do mercado de ações e estes acionistas manteriam uma participação na rede social.

Também esta quarta-feira, o portal especializado TechCrunch e outros meios de comunicação informaram que Dorsey se retirou do conselho de administração do Twitter, coincidindo com a assembleia de acionistas da empresa.

Este passo estava planeado, quando Dorsey anunciou que deixaria o cargo de CEO em novembro.

Musk anunciou em abril a compra do Twitter, que lhe dará o controlo da empresa, divulgando que a operação será concluída este ano.

Desde então, Elon Musk tem colocado em dúvida a concretização desta operação, chegando a anunciar que ia paralisar o processo até que fosse esclarecido quantas contas falsas existe na rede social.

A recente reviravolta do homem mais rico do mundo sobre a compra da rede social tem sido controversa e, segundo alguns analistas, sem sentido, à exceção de ser uma tentativa para diminuir o valor do Twitter ou para renegociar o acordo que, segundo os especialistas, está a ficar cada vez mais caro para o CEO da Tesla.

Na semana passada, Elon Musk respondeu diretamente, com sarcasmo, a mensagens do CEO do Twitter sobre contas falsas.

Parag Agrawal sublinhou, na sua mensagem, que a rede social suspende todos os dias mais de meio milhão de contas ‘spam’ “mesmo antes de que os utilizadores possam vê-las”.

“O desafio mais difícil é que muitas contas que parecem superficialmente falsas são na verdade pessoas reais. E algumas das contas falsas que são realmente as mais perigosas e causam mais danos aos nossos usuários podem parecer totalmente legítimas”, acrescentou.

Mas Elon Musk referiu, no seu ‘twitte’, a existência de “20% de contas falsas/spam”, ou seja, quatro vezes mais do que o Twitter afirma.

Musk alertou que o número pode ser muito maior e que a sua oferta de compra tinha sido baseada na precisão dos registos da rede social.

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