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Elroy Dimson: “Vamos continuar a viver num mundo de baixos retornos”

O presidente do Newton Centre for Endowment Asset Management e professor emérito na London Business School acredita que a época de grandes ganhos não vai voltar, o que poderá não ser uma má notícia.
  • Cristina Bernardo
15 Novembro 2017, 17h10

A época de baixas taxas de juro tem penalizado os investimentos, mas mesmo quando os juros subirem, os retornos obtidos poderão continuar baixos, segundo Elroy Dimson, presidente do Newton Centre for Endowment Asset Management na Cambridge Judge Business School e professor emérito na London Business School.

No painel “O Triunfo dos Otimistas”, durante a conferência com o mesmo nome, organizada pelo Jornal Económico e pela Casa de Investimentos, esta quarta-feira, em Lisboa, o economista defendeu que o investimento em valor, a diversificação e a proteção contra o risco são formas de contrariar a tendência.

“Os mais jovens, que tipicamente gerem ativos, nunca assistiram a uma altura de subidas nas taxas de juro”, disse. “Para olharmos para o que vai acontecer no futuro, temos de começar pelo passado”, referiu o autor do livro “O Triunfo dos Otimistas”, que analisa o retorno de índices de 23 países desde 1900. Publicado em 2000, o estudo é atualizado anualmente.

Segundo Elroy Dimson, o retorno real anualizado das ações globais entre 1900 e 2017 foi de 5,1%, enquanto apenas nos Estados foi de 6,4% e em Portugal de 3,5%. No mesmo período, o retorno anualizado de investimento em bilhetes do tesouro foi de 3,2% e o da aposta em obrigações de 4,2%.

“Estamos num mundo de retornos baixos”, disse. “Por isso, o controlo de custos tornou-se importante”. No entanto, não é a única forma de contrariar a questão. “As variações podem ser reduzidas com diversificação”, disse, acrescentando que apesar de não os eliminar, a diversificação, seja em termos de classes de ativos ou de localização,  “pode mitigar alguns riscos negativos”.

Além de escolhas diversificadas, Elroy Dimson fala nas vantagens do investimento com um maior horizonte temporal. “O que é que acontece quando olhamos para a volatilidade de uma perspetiva de longo prazo? O prémio. Para investidores de longo prazo, a acumulação de retornos faz uma diferença gigante”, disse, sublinhando a importância do reinvestimento de dividendos.

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