O primeiro Amazon Echo foi vendido há menos de quatro anos e, atualmente, já existem cerca de 25 milhões de dispositivos em todo o mundo. No domingo passado, a Amazon estreou-se no Super Bowl com um anúncio cheio de celebridades, incluindo Sir Anthony Hopkins e o próprio Jeff Bezos, CEO da empresa. Esta é a prova de que, este ano, eles querem continuar a vender como nunca. Já a Google está num distante segundo lugar com estimativas de 5 milhões de unidades vendidas, mas nem por isso com menos vontade de conquistar mais algumas dezenas de milhões de consumidores nos próximos trimestres. De acordo com a consultoria Tractica, até 2025, haverá mil milhões de assistentes de voz no mundo inteiro, movimentando 7,7 mil milhões de dólares.

Porém, a grande novidade para 2018 é a oferta de componentes de hardware e de software (na forma das chamadas APIs – Interface de Programação de Aplicações) para que qualquer empresa possa desenvolver produtos que utilizem a tecnologia de voz da Amazon. Por outro lado, a Google, assim como a Microsoft, ainda só oferecem a possibilidade de construir software. Dezenas de parceiros já apresentaram os seus protótipos na feira de tecnologia em Las Vegas, no início deste ano. Entre eles um frigorífico da LG conectado com a Amazon Alexa que lê receitas dos pratos favoritos dos utilizadores, vários mini-ecrãs inteligentes da Lenovo e JBL, bem como auriculares e até câmaras de segurança conectadas aos recursos do Google Voice e da Amazon.

No entanto, o ponto alto foi o anúncio do Alexa Mobile Accessory Kit, uma tecnologia que pode ser usada por fabricantes de equipamentos eletrónicos para integrar as capacidades de voz da plataforma Amazon em auriculares, relógios inteligentes, dispositivos para fitness, entre outros. Foi a primeira vez que um gigante da indústria abriu, não só a plataforma de software, mas também a plataforma de hardware a outros fabricantes do mundo inteiro.

A estratégia de plataforma aberta não é nova. Nos anos 80, a Microsoft utilizou o Windows em PCs com arquitetura aberta para se tornar um monopólio nos sistemas operacionais, enquanto a Google abriu o sistema Android para fabricantes do mundo inteiro, liderando atualmente em número de consumidores no mercado mobile. Nesse sentido, a Amazon inova por trazer agora para o mundo do hardware, de forma massiva, esta estratégia e, com isso, alavancar ainda mais o número de pessoas que utilizam as suas tecnologias de voz.

Uma coisa é certa: com tanto capital em jogo, os próximos anos serão marcados pela adoção em massa desta nova forma de utilizar as máquinas: no hands, mom!