O ex-ministro Pires de Lima criticou o acordo alcançado com David Neeleman em 2020 e que resultou no pagamento de 55 milhões de euros ao administrador da Atlantic Gateway, o consórcio privado que geriu a TAP a partir de 2015.
Numa resposta tardia às declarações de Pedro Marques, o ex-governante que veio à comissão parlamentar de inquérito tecer fortes considerações sobre as chamadas cartas de conforto da Parpública, o atual presidente da Brisa diz que as palavras do sucesso “não são verdade, não são verdade, e eu estou a ser simpático”.
A revisão do acordo pelo PS culminou na operação que levou ao pagamento de 55 milhões por forma de afastar Neeleman da estrutura acionista da TAP. Assim, diz Pires de Lima, Neeleman ficou com “todos os lucros” em 2020 e os portugueses com “todos os custos”.
O ex-governante do governo de Passos Coelho diz ainda que é “um facto” que a posição económica do Estado na companhai aérea ficou equivalente à posição acionista de 30%, com a passagem da dívida para a nova estrutura acionista. Se as cartas de conforto tivessem que ser invocadas e cumprido o direito potestativo de recompra da empresa, o Estado recuperava a TAP com menos 25 milhões de dívida e a Atlantic Gateway perdia toda a capitalização cumprida, explica Pires de Lima.
Os 55 milhões pagos em 2020 eram “totalmente desnecessários”, acrescenta, sublinhando aquilo que disse o seu ex-secretário de Estado Sérgio Monteiro, quando veio à CPI afirmar que o Estado teria a pagar, no máximo, dez milhões de euros.