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Em Sines, operador portuário, sindicato e trabalhadores estão unidos contra a pandemia

Concessionária PSA Sines, de Singapura, criou um grupo de trabalho com o Sindicato XXI, que representa os estivadores, e a Comissão de Trabalhadores para combater o impacto da Covid-19. Os turnos foram reduzidos em uma hora, para evitar o contacto entre os trabalhadores.
15 Abril 2020, 07h11

Ao contrário do que sucede no porto de Lisboa, há mais de um mês em greve, decretada pelo SEAL – Sindicato dos Estivadores e da Atividade Logística, e entretanto limitada pela requisição civil decretada pelo Governo no âmbito das medidas do Estado de Emergência para fazer face ao surto de coronavírus, o porto de Sines enveredou por um caminho bem diferente, em que operador portuário, sindicato de estivadores e comissão de trabalhadores decidiram juntar esforços para combater a pandemia.

A PSA, de Singapura, operadora do terminal de contentores do porto de Sines, juntamente com o sindicato dos respetivos estivadores, o Sindicato XXI, e a Comissão de Trabalhadores, criaram um grupo de trabalho para fazer face ao surto deste vírus.

De acordo com um documento interno da PSA, a que o Jornal Económico teve acesso, datada de 7 de abril, esse grupo de trabalho foi constituído em março passado, “com vista à partilha de informação e análise das várias medidas que têm vindo a ser implementadas na nossa empresa”.

O referido documento assinala que, até ao momento, não houve registo de qualquer caso positivo para Covid-19 no universo de trabalhadores da PSA Sines.

Além de iniciativas conjuntas nas áreas de informação, formação e comunicação, este grupo de trabalho colocou em prática diversas medidas no sentido de manter a distância de segurança, como a limitação da capacidade de transporte dos autocarros para 50% (13 de março), a montagem de uma tenda para redistribuição e acrescentos de espaços comuns de refeitório (14 de março), instalação de barreiras acrílicas no ‘gate’ e nos atendimentos da portaria do terminal, alteração dos procedimentos com os motoristas no que respeita a documentação trocada (18 de março), e criação de zonas dedicadas para atendimento dos departamentos da empresa.

Quanto à necessidade de evitar aglomerados entre os trabalhadores da empresa, este grupo de trabalho decidiu proceder à dispensa de operadores caso não tenham mais nenhum trabalho planeado até ao fim do seu turno (13 de março), encerramentos das zonas de duche coletivas (16 de março), suspensão dos atendimentos presenciais na área de recursos humanos (16 de março), redução dos horários de atendimento ao público na receção (16 de março), teletrabalho (23 de março) e separação física de determinadas equipas por novas localizações (23 de março).

Quanto à limpeza, entre outras medidas, decidiu-se a suspensão de sensores biométricos e reforçar o ‘stock’ de EPI – Equipamentos de Proteção Individual, como máscaras e luvas descartáveis.

De acordo com um outro documento interno a que o Jornal Económico teve acesso, desde 27 de março, passou a haver paragens dos turnos de trabalho 30 minutos mais cedo do que anteriormente praticado e início dos turnos seguintes 30 minutos mais tarde. Ou seja, a criação de um intervalo de uma hora entre turnos para evitar o contacto direto entre trabalhadores da PSA Sines.

“Esta medida tem como objetivo evitar ao máximo o contacto entre colegas entre as mudanças de turno, bem como aproveitar a pausa nas operações para reforçar as já existentes limpezas adicionais aos equipamentos”, explica o referido documento interno da PSA Sines.

Desta forma, os turnos de trabalho atualmente existentes na PSA Sines começam às 08h30m e terminam às 15h30m, arrancam às 16h30m e encerram às 23h309m, e arrancam às 00h30m, concluindo-se às 07h30m.

De forma complementar, a PSA Sines está a fornecer frascos individuais de gel desinfectante a todos os seus colaboradores, bem como a respetiva recarga sempre que é necessário.

 

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