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Portugueses dão nota negativa a Leão, Cabrita e Siza Vieira durante a pandemia (com áudio)

Estudo da Fundação Francisco Manuel dos Santos admite que “apoios sociais insuficientes” disponibilizados pelo Ministério das Fianças e Economia e a “contaminação de outros problemas” do mandato de Eduardo Cabrita potenciaram nota negativa. Ministério da Saúde destacou-se pela positiva.
  • Miguel A. Lopes/Lusa
12 Julho 2021, 07h12

Os ministérios liderados por João Leão (Finanças), Pedro Siza Vieira (Economia) e Eduardo Cabrita (Administração Interna) foram os que receberam a pior avaliação por parte dos portugueses no que toca ao ao grau de eficácia da resposta à pandemia da Covid-19, segundo os resultados de um estudo divulgado nesta segunda-feira pela Fundação Francisco Manuel dos Santos.

De forma geral, os portugueses consideram que o Estado português se encontra pouco preparado para responder a emergências como a pandemia, sendo que o Ministério da Saúde foi o único que se destacou pela positiva (45,7%). Segundo a Fundação Francisco Manuel dos Santos, esta avaliação está “em consonância com o destaque funcional que lhe tem sido atribuído neste processo dos pontos de vista político e mediático”.

Olhando para os resultados, as estruturas do Ministério da Administração Interna (18%), do Ministério das Finanças (15,6%) e do Ministério da Economia (15%) foram consideradas como aquelas que mais se notabilizaram pela negativa.

O inquérito, que serviu para medir os principais impactos da pandemia da Covid-19, analisando sectores como a economia, a sociedade, instituições democráticas nacionais e a política internacional, adianta que as pastas geridas por João Leão e Pedro Siza Vieira “provavelmente pagam o preço do custo económico da pandemia e de uma possível perceção dos apoios sociais como sendo insuficientes”, lê-se no relatório.

Em contradição com a avaliação relativamente negativa ao Ministério de Eduardo Cabrita – “talvez por efeito de contaminação negativa por outros problemas”, sugere a FFMS -, as forças de segurança, como a PSP e a GNR, foram consideradas eficazes (42,9%), moderadamente eficazes (19,8%) ou muito eficazes (17,1%). Destaca-se também o facto de as Forças Armadas serem igualmente vistas como eficazes (42,15%), moderadamente eficazes (18,9%) ou muito eficazes (16,4%) nas diversas iniciativas levadas a cabo durante o combate à Covid-19

Os portugueses dão nota positiva também às medidas adotadas pelo Ministério das Negócios Estrangeiros. No que toca à evacuação de cidadãos nacionais, por exemplo, foram consideradas eficazes (35,4%) ou moderadamente eficazes (17,9%).

Perto de metade da população defende que a pandemia não afetou imagem de Portugal

O projeto multidisciplinar, que reuniu investigadores do ISCTE-IUL, da Faculdade de Psicologia da Universidade de Lisboa, da Universidade de Aveiro e da Universidade do Minho, entre outras, adianta que em termos de confiança da opinião pública há uma avaliação ligeiramente positiva da informação sobre a pandemia recebida por via de instituições públicas.

No panorama geral, 45,5% confiam, 28,3% confiam parcialmente e 14,2% demonstram alguma desconfiança. “Este facto parece refletir a questão, muito discutida, de serem prestadas informações contraditórias e por vezes pouco claras ou esclarecedoras, mas ainda assim verifica-se alguma tolerância a este nível”, explica o estudo.

Cerca de 40% inquiridos frisaram, ainda assim, que a pandemia não afetou a imagem de Portugal, enquanto 28,8% responderam que afetou de forma negativa e 21,2% responderam que afetou de forma positiva.

Segundo a Fundação Francisco Manuel dos Santos, “estes resultados poderão estar associados a oscilações na capacidade nacional de controlar a propagação do vírus e à perceção de que tais oscilações terão tido efeitos contraditórios na forma como o país poderá ter sido então reportado e percecionado externamente, refletindo-se nomeadamente no número de turistas vindos a Portugal”.

 

 

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