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Emissões poluentes em Portugal baixam 10% em 2020

A associação Zero refere que o país terá emitido 58 milhões de toneladas de dióxido de carbono o valor mais baixo desde 1990. A mesma associação sublinha que esta redução ainda está longe do objetivo de sequestro de carbono anual que permite atingir um cenário de neutralidade climática.
15 Abril 2022, 14h11

As emissões poluentes em Portugal baixaram 10%, em 2020, quando comparado com o ano passado, adiantou a associação ambientalista ZERO, que admite os efeitos da pandemia no resultado positivo, mas defende serem também efeito de medidas estruturantes que quer ver alargadas.

Em comunicado, a ZERO refere que os “58 milhões de toneladas de dióxido de carbono equivalente” emitidos em 2020 representam uma redução de cerca de 10% (9,5%) em relação a 2019, de 32,9% em relação a 2005, e de 1,6% em relação a 1990, definido como ano base do Protocolo de Quioto e do Acordo de Paris.

“O valor total das emissões considerando a componente florestas totalizou 51 milhões de toneladas de CO2 equivalente (CO2e), o que representa uma redução de 8,9% face ao ano anterior, uma redução de 32,9% face a 2005 e uma diminuição de 15% face a 2019, sendo o valor mais baixo de emissões líquidas de Portugal desde 1990”, adianta o comunicado.

A ZERO destaca ainda a variação “muito positiva” em termos setoriais, sendo a agricultura a exceção, o único setor com aumento de emissões em 2020 face a 2019.

“O setor das florestas tem apresentado uma grande variabilidade em Portugal. As florestas atuam habitualmente como sumidouro, retirando carbono da atmosfera como aconteceu em 2020, num valor de quase 7 milhões de toneladas de CO2 e, por contraste com o ano de 2017, onde os incêndios conduziram a floresta a atuar de forma substancial como emissor líquido. Estamos, porém, ainda longe do objetivo de sequestro de carbono entre 11 e 13 milhões de toneladas por ano a atingir num cenário de neutralidade climática”, lê-se no comunicado.

Para a ZERO, “é evidente que esta enorme redução dos níveis de emissão foi um reflexo da significativa diminuição de atividade induzida pelas medidas de prevenção e emergência no âmbito da resposta nacional à pandemia de Covid-19”.

“Porém, a tendência de redução desde 2017, incluindo a retirada de produção das centrais térmicas a carvão fortemente poluidoras que começou a ter lugar no ano de 2020 e os investimentos em renováveis podem assegurar uma tendência de redução ao longo dos próximos anos”, defende a associação ambientalista.

A ZERO considera “absolutamente decisivas” nos próximos anos as medidas no setor dos transportes e da eficiência energética dos edifícios para “Portugal conseguir antecipar a neutralidade climática e assegurar uma maior independência energética em linha com a resposta à crise pandémica e às consequências da guerra na Ucrânia”.

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