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Emoções em casa com os filhos

As emoções existem e devem ser demonstradas, tal como a raiva que parece assustadora, mas que é apenas um sentimento como os outros. A raiva em si não é má. É um sentimento necessário que nos ajuda a estabelecer limites e a defender os nossos pontos de vista. A raiva não é um perigo. Deve-se prestar atenção em como o sentimento se transforma em ação e se é realizado de forma segura.
17 Maio 2021, 07h15

Enfurecido pelos sustos e pelas vergonhas promovidas pelo seu próprio filho, é uma grande oportunidade para acordar para uma situação que poderá ser uma grande oportunidade de mudança.

Como alguém pode ficar tão furioso por causa do próprio filho? Ele é a coisa mais importante da minha vida! Eu não sou assim, sou mais calmo e mais empático, entre os meus colegas de trabalho sou o último a perder a paciência.

Na realidade todas as pessoas ficam bravas, enfurecidas e com raiva, mas porquê com o seu próprio filho? O motivo pode ser explicado pelas proximidades do relacionamento. O seu próprio filho ou cônjuge, como estão muito próximos, são as pessoas com as quais são invocados os maiores sentimentos, para o bem e para o mal. As guardas estão em baixo com os mais próximos e além disso a paternidade evoca memórias da sua própria história de infância, de crescimento e da sua convivência com a sua família. Ao relembrar o seu clima emocional, pode-se encontrar uma explicação de como funciona a paternidade. Se as suas emoções ficarem muito intensas, deve perguntar-se se o seu filho teve permissão para mostrar as suas emoções e como foram recebidas.

As emoções existem e devem ser demonstradas, tal como a raiva que parece assustadora, mas que é apenas um sentimento como os outros. A raiva em si não é má. É um sentimento necessário que nos ajuda a estabelecer limites e a defender os nossos pontos de vista. A raiva não é um perigo. Deve-se prestar atenção em como o sentimento se transforma em ação e se é realizado de forma segura. Se é forçado a manter a calma mesmo quando está a “ferver” por dentro, está a prestar um péssimo serviço ao seu filho. Ela não desaparece como um ato de magia, ela permanece a “ferver” e, mais cedo ou mais tarde, irrompe de alguma forma por vezes descontrolada podendo causar consequências graves.

De acordo com estudos realizados a ocultação das grandes emoções tem a ver com o mito da mãe, que considera as mulheres como cuidadoras gentis e suaves, figuras protetoras da vida. As mulheres não podem mostrar a mesma agressão que os homens.

Os conflitos virão inevitavelmente com crianças de qualquer idade e explosões de raiva não acontecem somente com uma pessoa desafiadora. Os conflitos existem por várias razões, mas não aparecem do nada, muitas vezes desenvolvem-se devido às regras impostas pelos pais, que as crianças são havidas em contrariar, porque estão em idades de descoberta, porque as crianças não pensam da mesma forma que os adultos, porque os adultos entram em casa stressados e cansados do seu dia de trabalho, o limiar da irritação diminui e a sensibilidade à explosão aumenta.

Devemos dar à emoção outra coisa em que pensar e quando “as telhas queimam”, ou de preferência antes disso, é importante acalmar a situação. Durante a turbulência emocional é difícil procurar a sensatez e ver os diferentes aspetos da situação. No poder da emoção reagimos com emoção, o que pode levar a excessos que mais tarde serão lamentados e envergonhados.

A situação pode se acalmar, por exemplo, inspirando pelo nariz e expirando pela boca. Isso pode parecer muito fácil, mas funciona como um primeiro socorro.

Além disso, sair para outro momento por um momento ou sair fisicamente, alivia as emoções mais intensas.

Pode, também, chamar a sua atenção para outro lugar com um forte estímulo sensorial, como o tomar um copo de água fria ou mascar pastilha forte.

Quando a situação é apaziguada e os ânimos estão bastante mais calmos, tem de haver uma conversa e um pedido de desculpas deve ser feito. A criança fica a saber o que deixou o adulto nervoso e a compreender melhor a sua atuação.

Simplesmente desculpar-se não é suficiente. É importante que o pai realmente fale sério e passe pela situação com o filho. Se a criança continuar inconsciente, ela pode pensar que isso aconteceu por sua própria razão. O Pai pode começar a andar ereto e tentar adaptar seu próprio comportamento para que a situação não se repita.

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