‘Employer Branding’: da estratégia à ação

Mais ou menos estruturada, todas as organizações têm uma cultura, mas poucas a mantêm forte e coerente ao longo do tempo.

O Employer Branding é um tema que em Portugal tem ainda um longo caminho a percorrer. A maioria das empresas, e até aquelas que se intitulam “especialistas em gestão de talento”, ainda subvalorizam os benefícios provenientes deste tipo de abordagem. Segundo estudos recentes da PWC, 60% dos CEO reconhece que a responsabilidade de promover este tema recai sobre si. Contudo, é fundamental que as empresas sejam capazes de operacionalizar essa visão, caso contrário não sairá do papel.

Na indústria das TIC, por exemplo, a procura de talento especializado é elevada e conduz a uma forte competição entre as empresas. Nesta nova “guerra” é essencial avaliar a atual reputação da marca através do contacto direto com os seus principais públicos internos e externos, e retirar as devidas conclusões para melhorar continuamente o Employer Value Proposition. “A voz da empresa informa e a voz do funcionário arrasta”, é uma frase que lemos com frequência e revela a importância da satisfação dos colaboradores e da correta gestão das suas expectativas sob pena de sofrerem de alguns “dissabores” que caracterizam o mercado laboral. Conseguir atrair “a pessoa certa para o lugar certo”, estimular o engagement com os colaboradores atuais para garantir que continuam a preferir a organização em detrimento de outras e a promoção da colaboração direta entre os departamentos de Marketing e Recursos Humanos são questões cruciais para cimentar um posicionamento de referência neste mercado.

No atual contexto, podemos afirmar que não existe nada pior para uma organização do que a incapacidade de gerir as expectativas dos colaboradores e não apresentar uma clara visão de futuro. Fortalecer a marca empregadora é determinante e existem medidas que se têm provado eficazes na atração e retenção de talento nas organizações: reuniões regulares, tutores para novos colaboradores, avaliações anuais, feedback constante e real, aposta na formação, eventos internos, prémios de mérito, parcerias e iniciativas disruptivas que visem estimular o Employee Engagement, são alguns exemplos.

Com o crescimento da utilização das redes sociais, o Marketing assume um papel decisivo na implementação da estratégia de Employer Brand. O público em geral tende a confiar mais na opinião de pessoas ligadas à empresa, o que significa que a atração de talento depende não só de campanhas de Marketing mas também do nível de engagement de colaboradores, parceiros e clientes. Implementar uma estratégia que visa promover a utilização de meios digitais para partilhar iniciativas e histórias de sucesso, visando construir uma imagem dinâmica, autêntica e envolvente é outro aspeto importante para aumentar o índice global de felicidade por parte dos colaboradores e contribuir para que entendam a proposta de valor da empresa. Mais ou menos estruturada, todas as organizações têm uma cultura, mas poucas a mantêm forte e coerente ao longo do tempo. Uma efetiva estratégia de Employer Brand deve começar na compreensão da marca, das necessidades dos seus talentos e na capacidade dos gestores em perceber se o posicionamento real da empresa é efetivamente o posicionamento percecionado pelos potenciais colaboradores.

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