Há um ano que a taxa de emprego não registava recuos em cadeia em Portugal. Mês após mês, vinha ficando ora acima ora no mesmo nível do verificado nos 30 dias anteriores, mas março trouxe uma inversão dessa trajetória. No terceiro mês de 2022, o emprego encolheu, depois de ter atingido, em fevereiro, o valor mais elevado desde fevereiro de 1998 (início da série).
De acordo com a estimativa provisória do Instituto Nacional de Estatística, em março, a taxa de emprego terá ficado em 63,7%, o que significa que caiu 0,1 pontos percentuais face a fevereiro e aumentou 2,4 pontos percentuais em comparação com o mesmo mês do ano passado.
De notar que, inicialmente, o gabinete de estatísticas tinha apontado para um recuo em cadeia desse indicador no que diz respeito a fevereiro (para 63,5%), mas o destaque publicado esta segunda-feira dá conta de que, afinal, a taxa de emprego subiu no segundo mês do ano para 63,8%, alcançando, deste modo, “o valor mais elevado desde fevereiro de 1998”.
Ou seja, o emprego encolheu em março, depois de ter atingido o nível máximo de mais de 20 anos, indicam os números publicados pelo Instituto Nacional de Estatística.
Quanto à taxa de desemprego, há uma dinâmica semelhante a apontar. Em fevereiro, salienta o INE, esse indicador situou-se em 5,6% (inicialmente, o gabinete de estatísticas tinha estimado que a taxa ficaria em 5,8%), o que corresponde ao “valor mais baixo dos últimos dez anos”.
Já em março, a taxa de desemprego registou um agravamento, ainda que ligeiro, tendo ficado em 5,7%, mais 0,1 pontos percentuais do que no mês anterior. Ainda assim, em comparação com março de 2021, registou-se um recuo de 0,9 pontos percentuais.
Contas feitas, de acordo com o INE, no terceiro mês de 2021, havia em Portugal 295,9 mil indivíduos desempregados e 4.877,4 mil indivíduos empregados.
Quanto à população ativa, março trouxe um recuo de 0,1% em relação a fevereiro e uma subida de 2,7% em comparação com março, totalizando-se 5.173,2 mil indivíduos ativos em Portugal.
Em contraste, a população inativa cresceu em cadeia, mas decresceu em termos homólogos, fixando-se em 2.488,5 mil indivíduos. Esta evolução, sublinha o INE, é “explicada, essencialmente, pelo acréscimo do número de outros inativos, os que nem estão disponíveis, nem procuram emprego (6,7 mil; 0,3%)”.
Enquanto isso, a taxa subutilização de trabalho situou-se em 11,1%, mantendo-se estável. A subutilização do trabalho abrange desempregados, subemprego em tempo parcial, inativos disponíveis para trabalhar, mas que não procuram um novo posto e inativos que procuram emprego mas não estão disponíveis para começar um novo trabalho.
Taguspark
Ed. Tecnologia IV
Av. Prof. Dr. Cavaco Silva, 71
2740-257 Porto Salvo
online@medianove.com