Apesar do sector da construção ter registado em outubro um crescimento homólogo na produção semelhante ao mês anterior, ou seja, de 2,1%, em cadeia este indicador manteve-se inalterado, além do emprego ter mesmo recuado 0,4% em relação a setembro. Tal fica em linha com os avisos recentes ao JE da associação que representa a área, que fala em dificuldades de contratação que se conjugam com um desemprego na construção que dificulta a sua trajetória de crescimento.
Em termos homólogos, a produção da construção cresceu 2,1% em outubro, um resultado que se decompõe em 1,1% na construção de edifícios e em 3,5% na rubrica de engenharia civil. Enquanto este primeiro subindicador acelerou em relação ao resultado verificado em setembro, quando a taxa de variação homóloga se havia fixado nos 0,3%, o referente à engenharia civil perdeu 1,3 pontos percentuais.
Já no que respeita ao emprego e remunerações, estas cresceram ligeiramente menos do que havia sido o caso em setembro. A taxa de variação homóloga do emprego foi de 1,6%, quando, no mês anterior, havia crescido 2,0%, enquanto as remunerações aumentaram 6,0%, o que compara com os 6,2% de setembro.
No entanto, o caso é ligeiramente distinto no que respeita à análise em cadeia. As remunerações continuaram a crescer, acelerando 1,1% em comparação com setembro, o que se coaduna com uma situação de escassez de mão-de-obra e dificuldades na contratação que os representantes do sector haviam já reportado ao JE. Já o emprego recuou 0,4%, o que reflete o elevado número de desempregados que menciona Manuel Reis Campos, presidente da Associação dos Industriais da Construção Civil e Obras Públicas (AICCOPN).
“No que diz respeito à mão-de-obra, o que se verifica, sobretudo, é um desajustamento entre a procura e a oferta de trabalho. Por um lado, identifica-se a falta de 70 mil trabalhadores no sector e, por outro, em outubro, o IEFP registava um número total de 316.715 desempregados inscritos, dos quais 29.585 são oriundos da fileira da construção e imobiliário”, afirmou o presidente da associação.
Por enquanto, e julgando pelos dados mais recentes divulgados esta segunda-feira pelo INE, este cenário não tem impedido o crescimento da produção no sector em relação ao ano passado; no entanto, a variação em cadeia foi já nula, o que exprime os condicionalismos vividos. Estes, ainda de acordo com Reis Campos, poder-se-ão ter agravado nestes últimos meses, dado também os constrangimentos nas cadeias de fornecimento e logística, pelo que as próximas divulgações deste indicador serão chave para compreender o comportamento da atividade.
Taguspark
Ed. Tecnologia IV
Av. Prof. Dr. Cavaco Silva, 71
2740-257 Porto Salvo
online@medianove.com