[weglot_switcher]

Empresa de genro de Donald Trump recebeu 80 milhões vindos de ‘offshore’

Depois de assumir funções como conselheiro, Jared Kushner continuou na empresa Cadre. O montante chegou através de um veículo financeiro gerido pela Goldman Sachs nas Ilhas Caimão.
11 Junho 2019, 10h46

A empresa de imobiliário do genro de Donald Trump, Jared Kushner, recebeu 90 milhões de dólares (cerca de 80 milhões de euros) provenientes de um fundo offshore, desde que se tornou conselheiro do sogro na Casa Branca, ou seja, em 2017, revela o jornal britânico “The Guardian“.

Depois de assumir funções como conselheiro, Jared Kushner continuou na empresa Cadre. O montante chegou através de um veículo financeiro gerido pela Goldman Sachs nas Ilhas Caimão, conhecido paraíso fiscal que garante sigilo corporativo. A participação de Kushner na empresa está avaliada em 50 milhões de dólares (aproximadamente 44,18 milhões de euros).

O facto de estar a receber dinheiro de um fundo cuja fonte é desconhecida pode criar conflitos de interesses para as funções que desempenha como membro governativo. De acordo com alguns peritos consultados por esta publicação, o acumular das duas funções levanta questões de falta de transparência em torno dos investimentos.

“Isto vai fazer com que as pessoas questionem sobre se ele está a ser influenciado de forma imprópria”, afirmou Jessica Tillipman, da Universidade George Washington. Segundo os advogados de Kushner, este demitiu-se do conselho da empresa de imobiliário e reduziu a sua participação por ação para menos de 25% depois de se juntar a Trump na Casa Branca.

Inicialmente, em fevereiro de 2018, Jared Kushner viu a sua credencial de segurança ser revogada, sendo que esta permitia aceder a informações confidenciais do Governo. A revogação aconteceu numa altura em que Kushner estava a ser investigado por ter participado numa reunião com ligações ao governo de Vladimir Putin, durante a campanha eleitoral de 2016.

No mesmo mês, as autoridades norte-americanas intercetaram ligações dos Emirados Árabes Unidos, China, Israel e México, onde ficou provado que estes países tentaram influenciar Kushner, por verificarem que este tinha “dificuldades financeiras” e “falta de experiência política”.

Copyright © Jornal Económico. Todos os direitos reservados.