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Empresa de Vizela com exclusivo de cachecóis para Mundial da Rússia

A 4-Teams, empresa têxtil de Caldas de Vizela fundada por Pedro Santos, ‘veste’ em exclusivo os adeptos de todas as seleções dos Mundiais e Europeus de Futebol, com cachecóis, bonés, gorros e bandeiras.
14 Julho 2018, 17h00

Não é só a seleção de Portugal que marca a presença lusa no Campeonato de Futebol da Rússia. Há uma empresa do setor têxtil, localizada em Caldas de Vizela, que está a produzir a totalidade dos cachecóis, gorros, bonés, bandeiras e outros adereços desportivos dos adeptos das equipas nacionais provenientes dos cinco continentes, incluindo a formação das quinas, comandada por Fernando Santos.   O fundador e administrador da empresa, também é Santos, Pedro, tendo criado a 4-Teams há 12 anos.

A empresa começou na produção de etiquetas para as peças de vestuário, mas resolveu enfrentar a crise redirecionando-se para a produção de cachecóis, bonés e outros adereços para adeptos de futebol e outros desportos, incluindo o fabrico de equipamentos desportivos.

“Com a crise que ocorreu nos têxteis em Portugal, resolvemos entrar na área dos artigos de merchandising desportivo. Conseguimos um contrato de exclusividade para produzir para a empresa que tem a licença da FIFA para fornecer os Campeonatos Mundiais de Futebol e com a UEFA para os Campeonatos Europeus de Futebol. Temos também a garantia de fornecer em exclusivo a Champions League”, explica Pedro Santos, fundador e administrador da 4-Teams, em declarações ao Jornal Económico.

Questionado sobre a identidade da empresa que garantiu essas licenças de merchandising junto das mais altas instâncias do futebol europeu e mundial, Pedro Santos disse apenas que se trata de “uma empresa inglesa”, não querendo revelar o seu nome. E este responsável adianta que ter sido escolhido por este cliente inglês não foi nenhuma pera doce. “Somos auditados pelos menos três vezes ao ano. E temos de reservar a nossa capacidade de produção para esses eventos”, destaca Pedro Santos.

Em grandes eventos como o Campeonato Mundial da Rússia, que está a decorrer naquele país até 15 de julho, a 4-Teams coloca aos ombros dos adeptos das 32 nações presentes qualquer coisa entre 250 mil e 300 mil cachecóis, o produto-bandeira da empresa.

Nos Campeonatos Europeus de Futebol, as quantidades são equivalentes, assegura o administrador da empresa. Já no decurso de cada época da Champions League, entre o início, em agosto, até à final da prova, em maio do ano seguinte, a 4-Teams produz em média, cerca de 500 mil cachecóis dos diversos clubes de futebol intervenientes.

Mas a 4-Teams não produz apenas cachecóis, dedicando-se também ao fabrico de gorros, bonés e bandeiras, por exemplo. Sobre os gorros, Pedro Santos salienta que “têm muita saída nos mercados escandinavos e que têm mais potencial para países mais frios”, facto que o clima explica.

A empresa de Pedro Santos fabrica ainda equipamentos desportivos: “fazemos equipamentos em sublimação para diversos clubes de futebol; estamos a fazer uma grande aposta nesta espécie de marcas brancas dos clubes”.

No mercado interno, que tem estado sempre em crescendo de vendas, o administrador da 4-Teams diz que fornece os principais clubes nacionais de futebol, como o Benfica, o Porto, o Sporting ou o Vitória de Guimarães, por exemplo. “Trabalhamos de forma direta     ou indireta porque se podem vender as licenças de merchandising a outras empresas”, adianta Pedro Santos.

O mercado interno vale hoje cerca de 80% da faturação da 4-Teams, mas a vertente exportadora também está em alta. No primeiro ano, em que houve vendas da empresa de Caldas de Vizela para mercados externos, essa parcela representou 5% da faturação. No segundo ano subiu para 15%, uma tendência que se deverá manter para os próximos anos.

“Os nossos principais mercados externos hoje em dia são a Espanha, França, Inglaterra, Suécia, Noruega, Dinamarca e Holanda”, revela Pedro Santos.

O administrador da 4-Teams esclarece ainda que a empresa encerrou o exercício do ano passado com uma faturação de cerca de quatro milhões de euros, esperando chegar ao final de 2018 com um volume de negócios de cerca de 4,5 milhões de euros.

Por isso é que Pedro Santos arrancou há 12 anos com três funcionário, incluindo  o próprio, e agora já emprega 84 colaboradores a tempo inteiro. Sobre o futuro, este responsável  não abre o jogo, dizendo laconicamente: “apostas há sempre”.

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